sexta-feira, dezembro 21, 2007

A Musa Sem Máscara


Em 1992, lancei o livro com esse título que descrevia a imagem da mulher na música popular brasileira pela Editora Rosa dos Tempos e distribuído pela Editora Record. O marco inicial da minha análise foi a década de 30 por dois motivos fundamentais: primeiramente, o rádio como meio de comunicação popular começou a se firmar como veículo midiático. Em paralelo, por ter sido nessa mesma década que a mulher brasileira dava os primeiros passos para se firmar plenamente como cidadã. Conquistava o direito ao voto graças à luta das sufragistas. Já o marco final foi o ano de 1988 por coincidir exatamente com a promulgação da "Constituição Cidadã" aprovada depois de um longo e tenebroso período ditatorial, onde prevalecia por decreto, suspensão de todos os direitos democráticos de cidadania desfechado pelo golpe militar de 1964. Vale ressaltar que a escolha para finalizar a pesquisa deveu-se, principalmente ao fato da nova Constituição - diferente de todas as outras anteriores - contar com a palavra da mulher que mesmo tímida na sua representatividade foi demonstrativa de uma participação pública realmente efetiva e jamais vista antes na história política brasileira quando se configurou a presença de mulheres parlamentares indicadas pelo voto direto para atuar publicamente nas decisões políticas do país. Daí o slogan feminista bastante circulado na época que dizia: "Constituinte pra valer tem palavra de mulher". Era um passo a mais no avanço do empoderamento da voz da mulher repercutindo fora do espaço restrito da domesticidade. É como eu disse no livro: “Uma andorinha só, embora não faça verão, pode anunciar a proximidade dele”. Hoje, em pleno século 21 estamos ainda no dia a dia colhendo aquelas mudanças prenunciadas de um novo tempo. Enquanto isso, o verão anunciado naquela época por poucas mulheres começa a iluminar intensamente a vida de toda e qualquer mulher que siga hoje na direção de seus anseios libertários.

É isso aí! Espero a partir de agora reunir aos poucos uma rememoração de toda a caminhada das mulheres e homens para esse "novo tempo, apesar dos castigos (e) dos perigos *".

* Novo Tempo, composição: Ivan Lins / Vitor Martins - 1980

4 comentários:

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  2. Oi - não vai escrever maIS NADA NÃO?

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  3. Oi! Adorei seu blog. Gostaria de ver mais comentários sobre a mulher na música brasileira.

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  4. Adorei o blog. Espero ver mais postagens na próxima vez que eu acessar.

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