quarta-feira, julho 22, 2020

Covid mata anciãs que curam, rezam e lutam, e deixa povos indígenas órfãos.

Fonte: Conexão Planeta

A anciã Mônica Renhinhãi'õ era uma índia xavante que vivia na aldeia Aõpá, no município de Alto Boa Vista (MT), e faria 100 anos na última quarta-feira. Vinte cinco dias antes do seu aniversário, entretanto, a Covid-19 a levou. Entre os xavantes, as mulheres são as guardiãs das sementes que dão os frutos. Apesar da idade avançada, Mônica integrava desde 2018 o grupo chamado "Mulheres coletoras de sementes da terra indígena Marãiwatsédé". Quem participava do grupo conta que ela trabalhava todo os dias.


Mônica é uma das 23 anciãs indígenas que morreram vítima da Covid-19 até o dia 30 de junho, segundo dados coletados da Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). Entre os homens, foram 55 casos de mortes acima de 60 anos. Os números, porém, devem ser bem maiores, porque nem todos os índios têm idade confirmada. Para os indígenas, elas não são apenas idosas que partiram. A tradição garante aos anciãos a missão de serem guias de gerações com ensinamentos, histórias e missões nas terras indígenas na Amazônia. E as mulheres têm um papel fundamental nesse contexto. Há povos em que as anciãs são as guardiãs das ervas e das receitas e seus segredos de cura. 
Na Amazônia, como o acesso de índios a serviços médicos é raro, a maioria absoluta dos problemas de saúde são resolvidos entre eles mesmos nas aldeias. Entre os índios, a morte de uma anciã ou um ancião é tratada como se uma biblioteca viva fosse perdida, é um conhecimento que se esvai.
Nesse cenário, a Covid-19 tem destruído várias dessas bibliotecas. Universa conta aqui um pouco das tradições seculares das mulheres idosas que deixaram a vida para se tornarem história de seus povos. Lusia dos Santos Borari, 87, foi a primeira indígena a morrer por Covid-19 no país, em 19 de março, em Alter do Chão (PA). Segundo a conselheira Distrital de Saúde Indígena e liderança no Baixo Tapajós, Luana Kumaruara, dona Lusia era tataravó e deixou um cacicado formado só por mulheres indígenas chamado Sapu Borari.

O breve relato das cholas anarquistas que foram ao redor do mundo

(Foto izquierda Rosa Rodríguez, a su lado Peta Infantes)



A breve revisão das cholas anarquistas
que foram ao redor do mundo


Em 2018, eu estava pesquisando sobre a guerra do Chaco 
e alguns textos que nunca apareceram na escola ou na 
universidade saltaram para mim. Eles chamaram minha
atenção muito, especialmente pelo rico conteúdo histórico,
simbólico e vingativo, que os ares do fascismo na 
América Latina estavam atingindo seu ponto mais alto e 
vieram como remédio.
A pequena história foi contada e continua a circular 
pela "fase" e outras redes, do México à Argentina, 
Colômbia, Peru, Japão, Noruega e Bolívia, é claro,
um grupo de mulheres nos deu os direitos de que 
gozamos e por razões políticas (a MNR é o culpado), 
foi decidido remover esses dados da história da qual 
fazemos parte. A trilha perdida do movimento anarquista
na Bolívia durou até depois da Guerra do Chaco,
o espírito revolucionário reacende em nossos 
tempos como uma resposta à esquerda centrada 
nos EUA e uma direita mais opressiva, sangrenta e 
oligárquica do que antes.
Quem quiser se aprofundar na história pode adquirir
o livro Lxs Artesanxs Libertarxs, de Silvia Rivera 
Cusicanqui e Zulema Lehm Ardaya, da editora 
Tinta de Limon, um tremendo trabalho que foi dado 
para compilar um excelente momento de nossa história.
Deixo-lhe a crítica popular.

Uma história de cholas.

Há 83 anos, em La Paz, Bolívia, foi emitida uma lei 
municipal que proíbe as cholas, as mulheres de saia, 
de andar de bonde. Petrolina Infantes, conhecida como 
Peta e Rosa Rodríguez, e outros anarquistas da pollera estão 
liderando um movimento que mais tarde será 
conhecido como Culinária. Um grupo de mulheres consegue
derrubar a lei municipal injusta, que garantia que as 
mulheres de saias deixassem as mulheres desconfortáveis 
​​nos bondes e, por esse motivo, não poderiam usá-las 
para chegar ao trabalho nos mercados. Mais tarde, eles 
alcançam um grupo através do ativismo de um grande 
número de criadas, babás e macapayas. Outros grupos 
de mulheres anarco-sindicalistas surgiram, como 
a União das Mulheres de Floristas ou a União 
dos Viajantes do Altiplano, que se estendia ao Peru.
Esses sindicatos e outros se uniram para formar a FOF 
(Federação das Mulheres Trabalhadoras), que mantinha
viva a FOL (Federação das Trabalhadoras Locais). 
Esses grupos anarquistas venceram lutas pelo povo 
boliviano de que ninguém se lembra. Entre eles, o 
direito ao divórcio, o reconhecimento da arte culinária 
como profissão, o restante dos trabalhadores no 
domingo, a criação de creches para as mães que 
trabalham e a abolição da identidade e cartão 
de saúde obrigatórios impostos pelos fascistas. 
Essas mulheres de saia com bravura, anarquia
e solidariedade alcançaram muito e foram 
esquecidas. Todos os sindicatos do FSUTCB 
ao COB devem suas bases, assim como a esquerda 
boliviana deve tanto ao anarquismo que está 
retornando em resposta a esses tempos incertos.
(Foto deixou Rosa Rodríguez, 
ao lado de seu Peta Infantes)



La breve reseña de cholas anarquistas 
que dio vuelta al mundo


El año 2018 me encontraba realizando una investigación 
sobre la guerra del Chaco y me saltaron unos textos 
que jamás habían aparecido en el colegio ni en la 
Universidad. Me llamaron mucho la atención, en especial
por el rico contenido histórico, simbólico, reivindicatorio, 
los aires del fascismo en Latinoamérica estaban llegando 
a su punto más alto y llegaron como un remedio.
La pequeña historia dio vueltas y sigue circulando por el 
“fase” y otras redes, desde México hasta Argentina, 
Colombia, Perú, Japón, Noruega y Bolivia por supuesto, 
un grupo de mujeres nos dio los derechos que gozamos 
y por motivos políticos (el MNR es el culpable), se decidió
desaparecer estos datos de la historia de la cual somos
parte. El rastro perdido del movimiento anarquista 
en Bolivia duró hasta pasada la Guerra del Chaco, 
el espíritu revolucionario vuelve a encenderse en 
nuestros tiempos como respuesta a una izquierda 
EEUUrocentrista, y una derecha más opresora, 
sanguinaria y oligarca que antes.
Los que quieran profundizar en la historia pueden 
adquirir el libro Lxs Artesanxs Libertarxs de Silvia 
Rivera Cusicanqui y Zulema Lehm Ardaya de editorial 
Tinta de Limon, tremendo trabajo que se dieron 
de recopilar un excelente momento de nuestra historia.
Les dejo la popular reseña.

Una historia de cholas.

Hace 83 años en La Paz Bolivia sale una ley municipal 
que prohíbe a las cholas, mujeres de pollera subir al tranvía. 
Petrolina Infantes conocida como Peta y Rosa Rodríguez
y otras anarquistas de pollera encabezan un movimiento
que será después conocido como las Culinarias. 
Una agrupación femenina logra tumbar la injusta ley 
municipal, que aseguraba que las mujeres de pollera 
incomodaban a las señoras en los tranvías y por ese 
motivo no podían hacer uso del mismo para llegar a 
sus puestos de trabajo en los mercados. 
Posterior logran una agrupación mediante el activismo 
de un gran número de sirvientas, niñeras y 
macapayas. Otras agrupaciones de anarcosindicalistas
femeninas surgían, como la Unión Femenina de Floristas 
o el Sindicato de viajeras del Altiplano que se extendía 
a Perú, estos sindicatos y otros se agruparon para 
formar la FOF (Federación Obrera Femenina) quien 
mantuvo en vida a la FOL (Federación Obrera Local). 
Estos grupos anarquistas ganaron luchas para el pueblo 
boliviano que nadie recuerda. Entre ellas el derecho 
al divorcio, el reconocimiento del arte culinario 
como profesión, el descanso de los trabajadores 
el domingo, la creación de las guarderías para madres 
trabajadoras, y la abolición de la obligatoriedad 
del carnet de identidad y sanidad impuesta por los 
fascistas. Estas mujeres de pollera con valentía anarquía 
y solidaridad lograron mucho y pasaron al olvido. 
Todos los sindicatos de desde la FSUTCB hasta la COB
les deben sus bases, así como la izquierda boliviana 
le debe tanto al anarquismo que está volviendo 
como respuesta a estos tiempos inciertos. Junio 
mes de las Culinarias y la mujer trabajadora 
boliviana, que siempre supo sacar adelante al 
pueblo cuando los hombres no podían.



sexta-feira, julho 17, 2020

12 DE JULHO: DIA DAS HEROÍNAS E MÁRTIRES DA INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA

A imagem pode conter: 1 pessoa, texto que diz "'El pueblo que no conoce Su pasado está condenado a repetirlo. Juana Azurduy attepso"

Foi instaurado em 10 de agosto de 2007 pela Lei N. ou 26.277, que todos os 12 de julho se celebre o ′′ Dia das Heroínas e Mártires da Independência da América ", em homenagem à Tenente Coronel Joana Azurduy de Padilla, nascida em 12 de julho de 1780.

Joana Azurduy nasceu na Bolívia atual, enquanto a rebelião de Tupac Amaru se expandia. A família dela imaginou freira mas ela sonhou livre. Lutou com seu marido primeiro e depois sozinha, nas guerras de emancipação do Virreinato do Rio da Prata formando e liderando esquadrões de indígenas. Juntou-se ao exército do Norte sob as ordens de Manuel Belgrano e depois às fileiras do caudilho salteño Miguel de Guemes. Combateu mesmo estando grávida e perdeu três dos seus cinco filhos nas guerras contra os realistas. Morreu na pobreza. No ano de 2009 foi promovida post mortem a Generala do exército argentino.

Publicaçã das obras completas de Carolina Maria de Jesus.

A imagem pode conter: 1 pessoa, sentado

A Companhia das Letras acaba de anunciar a publicação da obra de Carolina Maria de Jesus. O projeto incluirá diversos títulos, como escritos memorialísticos, romances, poesia, música, teatro e narrativas curtas, entre outros, com exceção de Quarto de despejo e Diário de Bitita. A editora diz que recuperará os textos de Carolina a partir dos cadernos originais, espalhados por diversos acervos pelo Brasil.

A edição da obra será supervisionada por um conselho editorial composto por Vera Eunice de Jesus, filha de Carolina, pela escritora Conceição Evaristo e pelas pesquisadoras Amanda Crispim, Fernanda Felisberto, Fernanda Miranda e Raffaella Fernandez.

"O primeiro lançamento será Casa de alvenaria, parte integrante da série “Cadernos de Carolina”, que publicará os diários da escritora buscando a integridade dos manuscritos originais. O livro retoma o título de 1961, porém ganha edição completamente refeita e ampliada. A ideia é que o leitor tenha um registro detalhado e completo da experiência de Carolina após se mudar para o bairro de Santana, e de sua luta pelo reconhecimento como escritora.

Outros volumes da série incluirão cadernos que retratam a vida na favela, suas viagens e os últimos registros memorialísticos da escritora, quando se mudou para um sítio em Parelheiros, na zona sul de São Paulo. Todos os “Cadernos de Carolina” serão coordenados por Vera Eunice de Jesus e Conceição Evaristo e organizados pelas pesquisadoras do conselho editorial, além de contar com aparatos críticos inéditos."

terça-feira, julho 14, 2020

EM 2020: NO URUGUAI, HÁ 93 DE JULHO PRIMEIRO VOTO ACONTECEU O PRIMEIRO VOTO FEMININO NA AMÉRICA LATINA

Fonte: Hoje na História / History Play
 Fonte: InterCambio 

A casa onde as mulheres votaram pela primeira vez em toda a América do Sul, na cidade turística de Cerro Chato.

Uruguai é o primeiro país da América Latina a aprovar o voto feminino.

No dia 3 de julho de 1927 o Uruguai se tornou o primeiro país da América Latina a aprovar o voto feminino. Um alteração na Constituição em 1917 permitia que as mulheres participassem dos pleitos. Mas esse direito apenas entrou em prática durante a realização do Plebiscito de Cerro Chato, no dia 3 de julho de 1927, quando pela primeira vez houve participação feminina. As crônicas da época informam que a primeira eleitora latino-americana foi uma brasileira de 90 anos que vivia em Cerro Chato, chamada Rita Ribera. O Equador foi o segundo país da região a admitir o voto feminino, em 1929. O direito dos votos às mulheres só foi aprovado no Brasil em 1932.


Hoy, 3 de Julio, se cumplen 93 años del primer voto femenino en Latinoamérica que ocurrió en un plebiscito en Uruguay.


En 1927 una comisión vecinal de Cerro Chato proponía integrar el territorio de Florida y Treinta y Tres al departamento de Durazno, ante lo cual se propugnaba la realización de un plebiscito que finalmente la Corte Electoral autorizó mediante un decreto.
En dicho decreto se señalaba que «las personas sin distinción de nacionalidad y sexo que deseen intervenir en el plebiscito deberán inscribirse previamente en el Registro que abrirá la Comisión Especial Parlamentaria”.
La votación se realizó el domingo 3 de julio de 1927, a través del voto secreto e incluyó el voto femenino.
Esta instancia histórica determinó posteriormente que en 1932 el Parlamento uruguayo aprobara la ley que permitiría a las mujeres elegir y ser electas. Uruguay sería uno de los primeros países del mundo y el primero en América Latina en otorgar este derecho ciudadano a todas las mujeres.

segunda-feira, julho 13, 2020

MENINAS COM SUPERDOTAÇÃO

FonteSensível Mente
Seu nome foi relacionado em uma lista global das 10 principais pessoas que escrevem livros infantis.

Por: JCS
Hoje em dia a maior parte das crianças prefere seus Smartfones para brincar, outros jamais pensariam em leitura de livros para as horas vagas, contudo, a sul-africana Michelle Nkamankeng emprega seus intervalos e férias não apenas para devorar mais dos livros, mas principalmente para escreve-lo. Com 7 anos de idadeMichele lançou seu primeiro livro, Waiting For The Waves (Esperando Pelas Ondas) devido a sua enorme persistência e empenho (e, provavelmente, sua grande habilidade), já começaram a lhe render frutos: seu nome foi relacionado em uma lista global dos 10 principais autores de livros infantis.
A ideia central de seu livro nasceu de uma cena que intitulou a publicação. A primeira vez que foi à praia, medrosa diante das ondas, perguntou ao pai o que todo aquele povo fazia parados, defronte ao mar, apreciando a grandeza das águas com ondas que iam e vinham o tempo todo. “Estamos esperando a próxima onda”, respondeu o pai – naquele momento a resposta a inspirou, que sem hesitar afirmou que tinha a ideia para seu primeiro livro. Ali mesmo ela criou o título e começou a escreve-lo.
(leia o resto da reportagem no site da Revista Sensivelmente)



A 'neurocientista' de 7 anos que faz sucesso ensinando ciência na internet

Amoy é norte-americana e, graças ao Facebook, se transformou em "professora de ciência" com apenas sete anos


Amoy Antunet Shepherd tem 7 anos e, ainda que esteja na escola primária, suas ambições são grandes: quer ser neurocirurgiã.E até já começou a dar aulas pela internet.
Com uma explicação teórica digna de um professor universitário, mas com as palavras que usaria uma menina, Amoy também mostra seu laboratório.
"Estes são meus tubos de ensaio", diz, apontando para pequenos cilindros. "E estes são meus béquers (recipientes de vidro usados em laboratório)", acrescenta, mostrando os instrumentos para a câmera.
"Aqui estão minhas provetas. E estes são alguns dos meus microscópios", detalha ainda, enquanto seu pai registra tudo no vídeo
Amoy vive em Atlanta, Geórgia, no sudeste dos Estados Unidos, e sua paixão pela ciência começou, aos três anos, quando descobriu o microscópio com o qual seu pai estudava biologia.

Depoimento de Varda Yoran ( Escultora israelí-estadounidense. Nació en China, vivió en Israel y actualmente en los Estados Unidos)




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Só por ter 90 anos não significa que esteja pronta para morrer ou que seja dispensável. Enquanto eu ainda gosto da vida, ninguém tem o direito de me dizer que sou descartável.
Por Varda Yoran (Escultora israelita-americana. Nasceu na China, viveu em Israel e atualmente nos Estados Unidos)

Estou sendo idosa há um quarto de século e continuo esculpindo, lendo e escrevendo. Falo cinco idiomas e uso email e WhatsApp para me comunicar com meus familiares e amigos da Finlândia, China, Noruega, Inglaterra, Israel, Rússia, Tailândia e Estados Unidos. Dirijo uma fundação que eu própria criei para ajudar idosos com problemas de mobilidade. Assisto a diferentes aulas e organizo um clube de filosofia por Zoom onde falamos de ética, perdão, raiva, criatividade e muitos outros temas.
É óbvio que minha rotina mudou. O coronavirus fechou tudo de golpe. Aos meus 90 anos, já vivi muitos momentos históricos, mas nunca um como este. Minha filha tinha medo que na cidade eu estivesse muito mais exposta, além de que nesta situação eu não poderia receber tantos cuidados. Então, deixei Brooklyn e agora vivo com ela, com meu genro e com meu neto adolescente, confinada e segura, nas montanhas de Peekskill (Nova York, EUA). Se eu sair de casa, com máscara e luvas, é pra ir ao laboratório mais próximo de fazer uns testes de sangue rotineiros.
Ninguém sabe para onde nos levará o que resta por vir, mas o que eu vi até agora é que a crise faz brotar o melhor das pessoas boas e o pior das pessoas más. É preciso colaboração e empatia em grande escala para endireitar o rumo do mundo.

Algumas pessoas pensam que se me levar o coronavirus, pelo menos já terei vivido uma vida plena. E sim, eu já vivi uma vida plena.
Nasci na China no seio de uma família judaica exilada da Rússia após a I Guerra Mundial em busca de refúgio do anti-semitismo, das fome e dos pogromos. Passei os primeiros 20 anos da minha vida na China e sobrevivi à ocupação japonesa da minha cidade Tianjin durante a II Guerra Mundial. Passei os próximos 30 anos em Israel. Dei aulas de hebraico a crianças judias imigrantes, pertenci ao exército do ar e trabalhei de artista gráfico. Casei e tive duas filhas. Finalmente o trabalho do meu marido nos levou para os Estados Unidos em 1979. Eu tinha 50 anos e não fazia ideia de que estava prestes a começar um período da minha vida em que floresceria como artista.
Entre os 60 e os 70 anos eu criei cinco grandes esculturas de fora para instituições como a Universidade de Tel-Aviv e a Casa de Combatentes do Ghetto, um museu fundado pelos sobreviventes do Holocausto. Com 70 anos, comecei a achar minha voz como escritora e colaborei na escrita do The Defiant, as memórias do meu marido como partisano na Europa Oriental contra os nazis. Com 82 anos, criei uma organização sem fins lucrativos, a Rose Art Foundation, que já doou 800 cadeiras reclináveis geriátricas para idosos com mobilidade reduzida em centros dos Estados Unidos. Mesmo agora, durante a pandemia de coronavirus, recebo pedidos de pacientes cuja qualidade de vida melhorou graças a estas doações. No ano passado, com 89 anos, eu postei meu segundo livro. E ainda tenho muitas coisas para fazer.
Não sou dispensável e fico triste que muita gente pense que a idade é um critério para decidir se vale a pena salvar uma vida humana ou não. Garanto-te que tanto eu como os meus entes queridos desejamos que eu fique muitos anos de vida. Eu quero assistir à formatura do meu neto no liceu e ver qual faculdade você escolhe. Quero ver como meu neto mais velho, que já é casado, se torna pai. Eu quero continuar vivendo feliz. Não posso mais fazer tantas viagens como antigamente, mas gostaria de voltar a visitar Israel. Só porque eu tenho 90 anos não significa que não tenho coisas para aprender e habilidades para aperfeiçoar.
′′ Eu não sou dispensável e fico triste que muita gente pense que a idade é um critério para decidir se vale a pena salvar uma vida humana ou não ′′
Eu tenho mais limitações físicas e doenças do que eu gosto de admitir, mas isso não vai me parar. Estou me desenvolvendo como artista. Em setembro eu comecei um curso de três meses no Brooklyn Clay Studio para aprender a vidrar cerâmica no forno. Em fevereiro, antes do distanciamento social ser decretado, procurei uma nova abordagem artística, visitei Urban Glass em Brooklyn e encontrei um professor para me ensinar uma técnica. Minha irmã gêmea faleceu há 15 anos, de modo que quando a quarentena acabar, espero terminar uma escultura que represente a nossa relação.
* Nossas vidas, nossos sonhos e a nossa produtividade não acabam quando completamos 65 anos, uma idade a que a sociedade já decide que você é ′′ maior o suficiente ". As pessoas mais velhas podemos ser produtivas e fazer contribuições para o mundo com a perspectiva da idade e da experiência. * Não haveria que fixar um limite a partir do qual a vida de uma pessoa já não tem valor *.
Eu tenho 90 anos e estou ansioso para a quarentena acabar. Enquanto for criativa, enquanto estiver rodeada pelo amor dos meus familiares e dos meus amigos e enquanto ainda desfrute da vida, ninguém tem o direito de me dizer que sou dispensável.
Huffingtonpost. É isso mesmo.

Solo por tener 90 años no significa que esté lista para morir o que sea prescindible . Mientras aún disfrute de la vida, nadie tiene derecho a decirme que soy descartable.
Por Varda Yoran ( Escultora israelí-estadounidense. Nació en China, vivió en Israel y actualmente en los Estados Unidos)

Llevo un cuarto de siglo siendo anciana y sigo esculpiendo, leyendo y escribiendo. Hablo cinco idiomas y utilizo el correo electrónico y WhatsApp para comunicarme con mis familiares y amigos de Finlandia, China, Noruega, Inglaterra, Israel, Rusia, Tailandia y Estados Unidos. Dirijo una fundación que yo misma creé para ayudar a ancianos con problemas de movilidad. Asisto a distintas clases y organizo un club de filosofía por Zoom donde hablamos de ética, de perdón, de rabia, de creatividad y de muchos otros temas.
Es evidente que mi rutina ha cambiado. El coronavirus lo ha cerrado todo de golpe. A mis 90 años, he vivido muchos momentos históricos, pero nunca uno como este. Mi hija tenía miedo de que en la ciudad yo estuviera mucho más expuesta, además de que en esta situación no podría recibir tantos cuidados. Así pues, dejé Brooklyn y ahora vivo con ella, con mi yerno y con mi nieto adolescente, confinada y segura, en las montañas de Peekskill (Nueva York, EEUU). Si salgo de casa, con mascarilla y con guantes, es para ir al laboratorio más cercano a hacerme unos análisis de sangre rutinarios.
Nadie sabe adónde nos llevará lo que queda por venir, pero lo que he visto hasta ahora es que la crisis hace brotar lo mejor de la gente buena y lo peor de la gente mala. Hace falta colaboración y empatía a gran escala para enderezar el rumbo del mundo.

Algunas personas piensan que si me lleva el coronavirus, al menos ya habré vivido una vida plena. Y sí, he vivido una vida plena.
Nací en China en el seno de una familia judía exiliada de Rusia tras la I Guerra Mundial en busca de refugio del antisemitismo, de las hambrunas y de los pogromos. Pasé los primeros 20 años de mi vida en China y sobreviví a la ocupación japonesa de mi ciudad, Tianjin, durante la II Guerra Mundial. Pasé los siguientes 30 años en Israel. Di clases de hebreo a niños judíos inmigrantes, pertenecí al Ejército del Aire y trabajé de artista gráfica. Me casé y tuve dos hijas. Finalmente, el trabajo de mi marido nos llevó a Estados Unidos en 1979. Yo tenía 50 años y no tenía ni idea de que estaba a punto de empezar un periodo de mi vida en el que florecería como artista.
Entre los 60 y los 70 años creé cinco esculturas grandes de exterior para instituciones como la Universidad de Tel-Aviv y la Casa de Combatientes del Ghetto, un museo fundado por los supervivientes del Holocausto. Con 70 años, empecé a encontrar mi voz como escritora y colaboré en la escritura de The Defiant, las memorias de mi marido como partisano en Europa del Este contra los nazis. Con 82 años, creé una organización sin ánimo de lucro, la Rose Art Foundation, que ya ha donado 800 sillas reclinables geriátricas para ancianos con movilidad reducida en centros de Estados Unidos. Incluso ahora, durante la pandemia de coronavirus, recibo solicitudes de pacientes cuya calidad de vida ha mejorado gracias a estas donaciones. El año pasado, con 89 años, publiqué mi segundo libro. Y aún me quedan muchas cosas por hacer.
No soy prescindible y me entristece que mucha gente piense que la edad es un criterio para decidir si merece la pena salvar una vida humana o no. Te aseguro que tanto yo como mis seres queridos deseamos que me queden muchos años de vida. Quiero asistir a la graduación de mi nieto en el instituto y ver qué universidad escoge. Quiero ver cómo mi nieto mayor, que ya está casado, se convierte en padre. Quiero seguir viviendo feliz. Ya no puedo hacer tantos viajes como antaño, pero me gustaría volver a visitar Israel. Solo porque tenga 90 años no significa que no me queden cosas por aprender y destrezas que perfeccionar.
“No soy prescindible y me entristece que mucha gente piense que la edad es un criterio para decidir si merece la pena salvar una vida humana o no”
Tengo más limitaciones físicas y dolencias de las que me gusta admitir, pero eso no me va a detener. Estoy desarrollándome como artista. En septiembre empecé un curso de tres meses en el Brooklyn Clay Studio para aprender a vidriar cerámica en el horno. En febrero, antes de que se decretara el distanciamiento social, busqué un nuevo enfoque artístico, visité Urban Glass en Brooklyn y encontré a un maestro para enseñarme una técnica. Mi hermana gemela falleció hace 15 años, de modo que cuando acabe la cuarentena, espero terminar una escultura que represente nuestra relación.
*Nuestras vidas, nuestros sueños y nuestra productividad no se acaban cuando cumplimos 65 años, una edad a la que la sociedad ya decide que eres “suficientemente mayor”. Las personas mayores podemos ser productivas y hacer contribuciones al mundo con la perspectiva de la edad y la experiencia. *No habría que fijar un límite a partir del cual la vida de una persona ya no tiene valor*.
Tengo 90 años y estoy deseando que acabe la cuarentena. Mientras sea creativa, mientras siga rodeada por el amor de mis familiares y mis amigos y mientras aún disfrute de la vida, nadie tiene el derecho a decirme que soy prescindible.

sábado, julho 04, 2020

Isabel Allende fala sobre o Coronavírus e do medo de morre

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, céu, atividades ao ar livre e close-up
Isabel Allende

"Trancada em sua casa ao lado de seu marido e dois cães, a escritora chilena vive nos Estados Unidos há 30 anos.
Consultada pelo principal medo que implica o vírus, * que é a morte *, a escritora contou que desde que a sua filha Paula morreu, há 27 anos, perdeu o medo para sempre: ′′ Primeiro, porque a vi morrer em meus braços, e percebi que a morte é como o nascimento, é uma transição, um limiar, e perdi o medo no pessoal. Agora, se me pegar o vírus, eu pertenço à população mais vulnerável, as pessoas mais velhas, tenho 77 anos e sei que se me contágio eu vou morrer. Então a possibilidade de morte se apresenta muito clara para mim neste momento, eu a vejo com curiosidade e sem medo.


O que a pandemia me ensinou é a soltar coisas, a perceber o pouco que eu preciso. Não preciso comprar, não preciso de mais roupas, não preciso ir a lugar nenhum, nem viajar. Eu acho que eu tenho demais. Eu vejo à minha volta e digo pra quê tudo isso. Para que eu preciso de mais de dois pratos.
Depois, perceber quem são os verdadeiros amigos e as pessoas com quem eu quero estar.

O que você acha que a pandemia nos ensina a todos? Ele está nos ensinando prioridades e nos mostra uma realidade. A realidade da desigualdade. De como algumas pessoas passam a pandemia em um iate no Caribe, e outras pessoas estão passando fome.
Também nos ensinou que somos uma única família. O que acontece com um ser humano em Wuhan, acontece com o planeta, acontece com todos nós. Não há essa ideia tribal de que estamos separados do grupo e que podemos defender o grupo enquanto o resto das pessoas se esfrega. Sem muralhas, sem paredes que possam separar as pessoas.
Criadores, artistas, cientistas, todos os jovens, muitas mulheres, estão se colocando uma nova normalidade. Eles não querem voltar ao que era normal. Eles estão pensando em que mundo nós queremos. Essa é a pergunta mais importante neste momento. Aquele sonho de um mundo diferente: pra lá temos que ir.
E eu reflexo: Eu percebi em algum momento que você vem ao mundo perder tudo. Quanto mais você vive, mais perde. Você vai perdendo seus pais primeiro, pessoas às vezes muito queridas ao seu redor, seus animais de estimação, lugares e suas próprias faculdades também. Não se pode viver com medo, porque te faz imaginar o que ainda não aconteceu e sofre o dobro. É preciso relaxar um pouco, tentar apreciar o que temos e viver no presente.
Isabel Allende

Jequitinhonha (MG), versos que ajudam bordadeiras é enviado para Chico Buarque que responde com outro verso

Lia Hama
Colaboração para Ecoa, em São Paulo
02/07/2020 

"Oi, Marli! Chico Buarque. Tô te mandando versinhos também. Beijo!". Moradora do Vale do Jequitinhonha, na região do semiárido de Minas Gerais, Marli de Jesus Costa foi surpreendida no início de maio com a mensagem de seu ídolo e os versinhos cantados por ele:
Durante a noite inteira

Escuto como quem sonha
A Marli bordadeira
Lá de Jequitinhonha

Era uma resposta aos versos que a bordadeira, costureira e lavradora de 41 anos havia enviado dias antes ao músico e compositor carioca: 
A lua já vem saindo 

De trás do pé de fulô 
Não é lua não é nada 
É o Chico puro amor 


Joguei meu barquinho na água 
Com carinho e amor

Chico você é tão lindo 

Que nem sereno na flor

Bordadeiras de Curtume, no Vale do Jequitinhonha (MG)
Imagem: Érika Riani / Divulgação


Marli é integrante do projeto Versinhos de Bem-Querer, que vende, por meio de uma plataforma digital, versinhos cantados por mulheres de comunidades rurais do Jequitinhonha. Helena, filha de Chico Buarque, havia encomendado um para uma amiga. Marli resolveu aproveitar a oportunidade e acrescentou, por conta própria, outro para seu ídolo. Por meio da filha Helena, o compositor o recebeu e retribuiu. "Chico é uma pessoa humilde. Se fosse outro, talvez nem ligasse, mas ele respondeu com um versinho tão bonito, tão suave. Gostei muito, fiquei muito feliz", conta a bordadeira, que ainda enviou uma tréplica ao músico.

O Versinhos de Bem-Querer foi lançado em março para divulgar a cultura do Vale do Jequitinhonha e, ao mesmo tempo, ajudar as comunidades da região a enfrentarem o impacto econômico da pandemia da Covid-19. "Ficamos pensando em como gerar uma renda rápida para essas pessoas, que ficaram isoladas em suas casas, sem poder trabalhar. Aí lembramos dos versinhos - uma tradição da cultura local, passada de geração em geração - e tivemos a ideia de personalizá-los", explica Viviane Fortes, coordenadora do projeto Mulheres do Jequitinhonha, da ONG Ajenai, e uma das idealizadoras da nova empreitada. Marli de Jesus Costa é bordadeira, costureira e lavradora no Vale do Jequitinhonha (MG)