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Atriz Aïssa Maïga - uma das autoras do livro |
Atrizes francesas negras, escreveram um livro manifesto, Noire n’est pas mon métier (“Negra não é a minha profissão”, em tradução livre). Elas denunciam o preconceito existente na indústria cinematográfica da França que - segundo afirmam - sempre tem menor remuneração, menos propostas de emprego, além do que, suas personagens são secundárias e só lhes oferecem para atuar apenas em papéis secundários ocupados por camadas menos favorecidas social e financeiramente como nos serviços domésticos e outras funções similares ao contrário das mulheres brancas, suas colegas de profissão.
O 71º Festival de Cannes ainda vai acontecer e já de agora, as dezesseis atrizes signatárias do livro-manifesto confirmaram a presença delas no tapete vermelho de Cannes com a intenção de denunciar publicamente sua causa por igualdade e o fim da discriminação e desqualificação identitária que lhes são impostas pela indústria do audiovisual local.
Os vários depoimentos feitos por elas denunciam as diversas formas de racismo no cotidiano da profissão. A atriz Nadège Beausson-Diagne , por exemplo, rechaça frases recorrentes como "Felizmente você tem traços finos", "Você fala africano?", ou "Você não é clara o suficiente para interpretar uma mestiça".
Outra das 16 autoras do livro, Aïssa Maïga (veja foto acima) diz em veemente depoimento: "Nossa presença nos filmes franceses se deve frequentemente à necessidade inevitável ou anedótica de ter um personagem negro".
Vamos, portanto, aguardar essa contudente investida de denúncia - mais do que necessária - no próximo Festival de Cannes.
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