terça-feira, novembro 16, 2010

Uma análise das relações de gênero na educação diferenciada


Brinquedo de Menina

Nikelen Acosta Witter *



O título aqui poderia ser também a já famosa frase: “sim, nós podemos”. Não a dita pelo presidente norte-americano Barack Obama. Mas a dita pela presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, a uma menina de 9 anos que lhe perguntou se mulher podia ser presidente da República. Ah, sim menina, nós podemos. Eu mesma lhe diria mais. Diria para que incluísse isso em suas brincadeiras. Uma hora você finge ser professora, noutra médica, veterinária ou advogada. Se quiser ser juíza, delegada ou polícia também pode. É claro que terá vezes em que você irá querer ser princesa ou uma bruxa muito inteligente, mas, acredite, nada no mundo pode impedir você de querer ser presidente da República.
Pode soar estranho que uma menina, em pleno século XXI, apresente uma dúvida assim. Mas, a verdade, é que esse estranhamento está longe de poder ser generalizado. Basta pensarmos na quantidade de manifestações machistas durante essa campanha presidencial, e teremos um quadro do quanto as possibilidades ainda se apresentam restritas, para o próprio entendimento das meninas. E, acredite, não estou falando apenas sobre aquelas que vivem nas periferias, nos bolsões de miséria, nas que catam comida e recicláveis nos lixos ou caminham quilômetros para poderem abastecer de água suas casas. Estou me referindo às garotinhas de classe média e alta, que estudam em boas escolas (públicas ou particulares), que tem acesso a livros e que escolhem seus brinquedos pelos comerciais que veem na TV.
É justamente nestes espaços de consumo que, ao que parece, uma ativa parte da nossa cultura tem trabalhado para que nossas meninas continuem expostas ao machismo atávico que grassa pelo Brasil. Os limites aos sonhos das garotas entram nas nossas casas mesmo que a gente não queira. Eles estão lá, o tempo todo, dizendo o que é aceitável para uma menina e negando, ao mesmo tempo, que os sonhos delas sejam sem fronteiras.
Estou exagerando? Tem certeza? Você tem prestado atenção nos filmes publicitários veiculados na TV (inclusive nos canais infantis pagos)? Será que ninguém percebe o absurdo de um brinquedo ser uma pia de lavar louças cor-de-rosa que se anuncia: “igualzinha a da mamãe, só que mais divertida”! Qual palavra desta frase não lhe parece ofensiva? A mim todas. E adicione aí o fato de que o comercial não tem meninos. Sim, porque no mundo encantado e cor-de-rosa os meninos sabem que seu lugar não é lavando a louça, mas lavando carro no lava-jato que é igual ao que o papai usa.
Como, pergunto, nossas meninas não vão crescer duvidando que uma mulher possa ser presidente? É difícil achar que uma coisa assim é possível quando, para os “reclames”, veiculados junto com seu desenho favorito, as únicas perspectivas para uma mulher parecem ser uma pia cheia de louça e criar bebês que comem, arrotam, ficam doentes, fazem xixi e cocô? Sim, estas são bonecas que, na maior, parte do tempo são oferecidas a elas. As bonecas que “imitam” a realidade. E você, mamãe, deve comprá-las para que sua filhinha “aprenda brincando”. Afinal, o que seria mais importante para uma futura jovem mulher do que aprender a ser uma boa dona-de-casa, que sabe o melhor sobre alimentação, puericultura e higiene?
Ora, a maternidade é uma coisa maravilhosa, e ser dona ou dono de casa é uma necessidade que não tira nenhuma dignidade de quem faz somente isso. Não haveria problema com os comerciais se eles fossem apenas um ou dois e se o texto fosse menos limitante das capacidades femininas e masculinas. Mas a questão é que as crianças são bombardeadas com brinquedos e textos publicitários cuja intenção parece ser “aliciá-los” (a palavra é forte, mas é essa mesma) para ocuparem os papéis tradicionais da família burguesa ocidental. O fato de não haver grandes manifestações contrárias a este tipo de comercial é preocupante. Já pensaram que pode ser porque, no fundo, as os textos estão é fazendo eco às coisas que não questionamos por parecerem “naturais”? Meninas brincam de cozinhar, lavar louça e cuidar de bebês. Meninos lavam carros, jogam futebol e vídeo-games. Os brinquedos continuam a ser elaborados e vendidos de forma sexista, é assim que nós os compramos, e é assim nossos filhos os absorvem.
Imagino que se alguém se colocar contra isso, vão dizer que a pessoa está clamando pela censura ou sendo preconceituosa com bonecas-bebês e brinquedos que imitam utilidades domésticas. Por isso quero deixar bem claro que não acho que as bonecas em si estão erradas. O que me incomoda é o texto com o qual elas são apresentadas e o subtexto que, ao invés de incitar as meninas a desejarem o mundo, sugere que o paraíso está em ter uma cozinha super equipada.
Por outro lado, não estou fazendo um tipo de apologia que diz que o mundo seria melhor com mais mulheres no comando. Não considero que as mulheres que exercem cargos públicos (ou que venham a desejar isso) façam, por serem mulheres, governos melhores que os dos homens. A quase ex-governadora do Rio Grande do Sul é um exemplo de que um governo ruim e autoritário pode vir de qualquer lado.
Minha oposição é contra tudo o que se organiza de forma a limitar os sonhos e os horizontes das crianças. Um fogãozinho pode ter meninos figurando no comercial (muitos meninos se interessam por cozinhar). E também a pia poderia ser vendida para eles, pois é igual a que todo mundo tem em casa. Em outras palavras: a pia não é da mamãe. Se as coisas continuarem nesse caminho, logo teremos organizar defesas para a Barbie. Afinal, os machistas de plantão ainda não se deram conta de que ela, embora fútil, sempre foi uma profissional. Ela namorou o Ken por 40 anos antes de eles terminarem o relacionamento. E agora, dizem que ela foi vista saindo com Max Steel. Garanto que logo vai aparecer alguém falando que ele é jovem demais para ela e que, aos cinquenta, ela deveria era aprender a fazer geléia.


*professora e historiadora

domingo, novembro 07, 2010

IMPERDÍVEL

www.audiovisualmulher.com/


























domingo, outubro 31, 2010

AÇÃO MULHER - IV FESTIVAL DO AUDIOVISUAL


Histórico
Idealizado pela escritora, produtora cultural e feminista Maria Áurea Santa Cruz, em parceria com a REC Produtores, o Ação Mulher - Festival do Audiovisual teve sua primeira versão em 2003, na cidade do Recife, sendo o primeiro no gênero a ser realizado no país com uma programação voltada para a produção de cineastas brasileiras.
No ano de 2004, o Festival foi reeditado acontecendo nos dias 08, 09 e 10 de março. Nos anos de 2005, 2006 o Ação Mulher foi interrompido com a ida da produtora Maria Áurea para uma temporada de dois anos na cidade de Nova York. A terceirção do Ação Mulher ocorreu nos dias 16, 17 e 18 de junho de 2008. Foram ministradas três oficinas para mulheres do meio popular e jovens em vulnerabilidade social.
Depois de cumprir três edições voltadas para valorização e divulgação de iniciativas culturais de mulheres brasileiras realizadoras na área do audiovisual, agora em 2010, o Ação Mulher - IV Festival do Audiovisual amplia sua programação e estende suas fronteiras para além do Brasil.

MOSTRA COMPETITIVA

Em sua quarta edição, o Festival do Audiovisual Ação Mulher promove a 1ª Mostra de Vídeo e Curta Metragem para cineastas e produtoras de audiovisual.

As inscrições estarão abertas até o dia 19 de novembro
VISITE NOSSO SITE: www.audiovisualmulher.com

segunda-feira, junho 14, 2010

MARISTELA JUST – JUSTIÇA FOI FEITA!






Em 4 de abril de 1989, no município de Jaboatão dos Guararapes, Maristela Just, uma jovem mulher, cheia e vida, com plena aspiração e expectativa de realizar um futuro promissor – faltava pouco para formar-se em sociologia – foi barbaramente assassinada com três tiros pelo ex-marido, na frente da filha Nathalia de 4 anos e do filho Zaldo de 2 anos, da maneira mais torpe que se possa imaginar. Acontece, que as crianças além de terem sido testemunhas ocular do crime foram vítimas do próprio pai que, não satisfeito, continuou atirando contra a própria filha Nathalia que foi atingida no ombro e, também no filho mais novo Zaldo, que levou um tiro na cabeça, além de voltar a arma contra o cunhado Ulisses quando ele tentou socorrer a irmã, sobrinha e sobrinho.
Dessa tragédia sinistra em que Maristela, faleceu, a filha e o filho, sobreviventes ficaram, até hoje, com seqüelas não só físicas, como emocionais.
Mas, essas crianças que cresceram órfãs, sem nunca esquecerem tudo porque passaram todos esses anos, desde aquele dia quando perderam a mãe e tiveram que conviver com tão triste realidade: o carrasco da mãe ser o próprio pai e, ainda por cima, nunca ter pago pelo crime cometido ao ver o julgamento sendo estendido anos a fio, resolveram tomar uma decisão. Iriam envidar todos os esforços para o julgamento não ser mais adiado e que a justiça, fosse feita com a condenação do acusado por todos os crimes cometidos.
Enfim, depois de 21 anos, viram perante o tribunal de júri o processo resultar numa ação condenatória 79 anos para José Ramos Lopes Neto, o assassino de Maristela Just, que até esse momento em que estou postando o fato acontecido neste blog se encontra foragido.No entanto, Nathalia e Zaldo continuam na esperança de que “o bandido” que matou a mãe seja preso e cumpra toda a pena na prisão.
Para isso fizeram um site onde continuam a lutar para a justiça ser cumprida integralmente.
Posto aqui a carta do filho da vítima – Maristele Just, logo depois do julgamento acabar quando saiu o anúncio da condenação do réu, atualmente, procurado pela justiça para que cumpra a pena recluso em uma cadeia:


Mãe,
Hoje por incrível que pareça, é o dia mais feliz de toda minha vida, pois depois de longos 21 anos de manobras, procrastinagens, dor, mágoa, tristesa que envolve a familia JUST, conseguimos com que a JUSTiça fosse feita, tudo bem mãe, foi duro, foi dolorido passar todo este tempo impune, calados tendo de aguentar toda essa impunidade que é a JUSTiça brasileira mãe, mas este dia de hoje, como já falei, é o dia mais feliz de minha vida, pois foram esses exatos 21 anos de aguardo, de medo, de angustia, que fizeram com que eu e Nathalia crescessemos fortes e maduros o suficiente pra ter forças bastante para podermos gritar por você mãe. Foram esses 21 anos que a familia da gente se fortaleceu junto a tudo e todos. Mâe, na época do fato mãe, eu tinha apenas 2 anos e 9 meses, acho que foi algum milagre de Deus que fez com que eu não morresse mãe, porque acredito que era para eu estar vivo hoje, eu tenho algum propósito aqui na Terra mãe, e este acredito eu, que seja fazer nossa JUSTiça, assim estando hoje junto com todos os familiares gritando por você la no julgamento de seu assasino. Mãe, não pude ter minha vida ao seu lado, porém guardo por toda minha vida você em meu coração e em meus sentimentos, vejo você em meus álbuns de fotografia...E mãe, como Nana mesmo disse em entrevistas passadas, você fez de tudo que podia enquanto teve tempo de estar conosco, aproveitou todos os momentos que podia, fez nossas fantasias de carnaval, festas de aniverssario, acho que, você naquela época já imaginava que não poderia estar conosco durante toda nossas vidas, fazendo assim o maximo de proveito de nossa companhia.Mas mãe, eu e Nana conseguimos mãe, contra tudo e contra todos, esse tempo todo estávamos lutando, fazendo de tudo que estava ao nosso alcance para que essa justiça fosse feita. Hoje mãe, dia 1° de junho de 2010 , pois é, precisou que seus filhos que você tanto ama, cresceçem e precisaram se expor para que essa JUSTiça fosse feita. Estou muito feliz hoje, muito mesmo; eu junto com toda nossa família, que nos acolheu com um carinho importantissimo. Eu e Nana hoje em dia brincamos,dizendo que perdemos você naquele dia, mas ganhamos mais 5 mães, todas da família hoje são nossas mães, mas infelizmente a minha ‘’original’’ eu não tenho mais. Pois é, eu gostaria tanto, mas tanto de poder conviver toda minha vida com você, ter todos os momentos importantes e menos importantes de minha/nossas vidas juntos, porém seu assasino não deixou mãe, pois, ele tinha inveja de você, pois você era uma mulher linda, bondosa, carismática, não queria o mal de ninguém, pois é mãe, a inveja e muito grande, faz muito mal, e mata! Foi esse mal que fez com que seu assasino, que não gosto nem de citar o nome dele, te levasse mãe, mas podes ter a total certeza deste mundo que estarás sempre viva em meu coração.Mãe, estou aqui agora nesse momento com Nana aqui no quarto mãe, e estamos extremamente felizes por esta JUSTiça ter sido feita, é mãe, a justiça do homem tardou mas não falhou, e hoje seu acusado foi setenciado, 79 anos de reclusão, eu ainda acredito que seja pouco pelo tudo que ele fez e vem fazendo por todos esses 21 anos, que junto com o pai, fez de tudo para que esse seu julgamento nunca ocorresse, porém nossa familia com muita garra e muita luta conseguiu fazer com que todos nós saíssemos premiados com tal sentença. Sabemos que não é o fim, AINDA.
De seu filho,
Zaldo Just Neto

sexta-feira, maio 21, 2010

quinta-feira, maio 20, 2010

terça-feira, maio 18, 2010

MULHERES AFRICANAS INDICADAS PARA O NOBEL DA PAZ - 2011


Acesse o site http://www.noppaw.org/ e saiba como assinar a petição online.

sexta-feira, abril 16, 2010

Não deixem de assistir ao filme e ao debate


DIREITOS HUMANOS EM TELA

Tortura Contra Mulher na Ditadura Militar


O filme da cineasta Lucia Murat aborda a tortura durante o período de ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos de violência duas décadas depois. "Que Bom Te Ver Viva" mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavado os depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura. Mais do que descrever e enumerar sevícias, o filme mostra o preço que essas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência de tortura.
A professora Rosalina Santa Cruz é uma dessa mulheres torturadas que aparece no filme e participa como debetedora juntamente com a cineasta Lucia Murat desse Ciclo de Debate


quarta-feira, março 17, 2010

Recebí do vereador Luciano Siqueira - repasso neste blog

A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara Municipal do Recife, através do seu presidente Luciano Siqueira, convida você a debater as condições de trabalho da mulher no Recife na Audiência Pública “Mulher, por igualdade de oportunidades no Trabalho”, a ser realizada no próximo dia 23 de março, terça-feira, às 9 horas, no Plenarinho da Câmara.

Para este evento, estão convidados a compor a mesa:
• Rejane Pereira - Secretária Especial da Mulher
• José Bertotti - Secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia
• Betânia Ávila - Integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM-PE) e do Núcleo de Reflexão Feminista sobre o Mundo do Trabalho
• Márcia Ramos - Coordenadora da UBM – União Brasileira de Mulheres em Pernambuco

Contamos com a sua presença.

sexta-feira, março 12, 2010

Secretaria Especial da Mulher Caruaru Urgente Morte de Luiza‏

Ontem, a convite da Secretaria da Mulher de Caruaru, fui participar como palestrante nas atividades programadas para o dia 8 de março. Discorri sobre a seguinte temática: “A mulher na cultura”.
Aproveitei o trabalho que realizo tendo como mote a MPB e, centrei a explanação, nas músicas que induzem A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.
Qual não foi a minha consternação e revolta quando, ao voltar hoje e abrir o meu e-mail, ler a notícia que segue, a qual, com toda indignação, transcrevo abaixo:



"Companheiras e companheiros é com muita tristeza e pesar que informamos a todas e todas militantes e dirigentes amigos e amigas do MST, que hoje a tarde foi assassinada a companheira Luiza. Uma das mais combatentes e aguerridas dirigentes do MST, membro da direção estadual de Pernambuco e coordenadora da regional Mata Norte.
Luiza Ferreira, 52 anos, mãe de 05 filhos e avó de 7 netos, foi assassinada, quando realizava uma assembléia no assentamento Margarida Alves, no Município de Aliança, onde era assentada. O assassino, foi seu ex companheiro (Pelé) durante 8 anos. Depois de cometer o assassinato se suicidou no mesmo local. O crime passional ocorreu por ciúmes da ex-companheira e porque impôs a companheira Luiza, no inicio deste ano, quando ela foi convocada pelas bases e pelos militantes da região para que assumisse a coordenação da regional do MST. Diante da imposição: Que optasse entre a tarefa política da direção do MST ou o casamento. Ela optou pela tarefa política, que infelizmente custou a sua vida.
Companheira Luiza entrou no MST, como acampada, na ocupação do Engenho Bonito, em Condado, em abril de 1996, no próximo 21 de abril vai completar 14 anos de acampamento, que infelizmente até hoje o INCRA não conseguiu a desapropriação do engenho. Foi durante 06 anos membro da direção estadual do MST, um dos principais quadros da frente de massa do Movimento. Apesar de ser professora, antes de se encontrar com o MST, foi como Mobilizadora de Massa que se tornou uma grande dirigente.
Nos últimos 04 anos, pediu para ficar no assentamento, onde era presidente da cooperativa do assentamento, para cuidar do marido, dos filhos e dos netos, como dizia ela “dar uma ajeitada na vida”. No inicio de fevereiro deste ano, Luiza perdeu seu filho, o Dinho, que também era militante do MST, e que há dois anos sofreu um acidente de moto e ficou inválido. Durante os dois últimos anos, Luiza dedicou sua vida a acompanhar e a lutar pela vida de seu filho que depois de muito sofrimento não resistiu.
Luiza durante a sua vida de militante enfrentou os dois grupos de usineiros mais violentos do estado. O grupo Pessoa de Melo da Usina Aliança e o Grupo João Santos e depois de muitas tentativas de assassinato e ameaça constante pelos usineiros acabou sendo vitima da arrogância machista.
O sepultamento da companheira vai ser realizado nesta sesta feira às 4 horas da tarde e o velório vai estar no acampamento Bonito.
Que Luiza, que durante a sua vida foi uma verdadeira Guerreira, continue inspirando e motivando a nova geração de militantes com sua garra, energia e paixão pela Luta
Jaime"

sexta-feira, março 05, 2010

Comemoração do Dia Internacional da Mulher


LANÇAMENTO LIVRO
Mulheres Que Mudaram a História de Pernambuco
Autor: Carlos Cavalcanti

OI gente, estou sendo homenageada, juntamente com outras mulheres pernambucanas, no livro “Mulheres que Mudaram a História de Pernambuco" que será lançado no dia 5 de março por ocasião das comemorações do dia "8 de Março". Gostei do reconhecimento porque é uma missão que abracei desde a década de 70, quando abriguei na minha casa o primeiro grupo feminista do Nordeste - "Ação Mulher" do qual fui uma das fundadoras. Beijos, Maria Áurea


Centenário do “Dia 8 de Março”
Dia Internacional da Mulher

Em 8 de março de 1857, houve a primeira greve nos Estados Unidos gerida somente por mulheres tecelãs. As operárias da fábrica de tecidos “Cotton - Nova Iorque”, decidiram em assembléia, paralisar os trabalhos, na reivindicação do direito à jornada de 10 horas (a carga horária diária de trabalho delas era de16 horas) e melhores condições de trabalho.
Os proprietários da empresa utilizaram então, dos seus poderes absolutos, para acionar a força policial, a fim de debelar a manifestação daquelas trabalhadoras do setor têxtil.
O modo usado para reprimir o movimento foi feito de maneira tão violenta que, as operárias viram-se forçadas a refugiarem-se dentro da fábrica, na tentativa de se defenderem da truculência policial.
Aproveitando-se disso, trancaram-nas no local e atearam fogo no prédio fabril. As 129 tecelãs que lá estavam – covardemente presas por seus algozes – não conseguiram escapar do incêndio. Morreram todas carbonizadas, marcando assim, uma das páginas mais trágicas da luta das trabalhadoras em Defesa dos Direitos Humanos das Mulheres.

Em 1910, na II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi sugerido como homenagem a essas mártires do inicio do século 20, operárias de Nova Iorque, assassinadas por lutarem pela igualdade de direito entre os sexos e pela busca de uma cidadania PLENA para as mulheres, que o dia 8 de março fosse declarado Dia Internacional da Mulher .Mas, só a partir de 1975 esta data começou a ser comemorada no mundo inteiro, quando a ONU declarou a década de 75 a 85 como a década da mulher. Logo após, em 1977, a Unesco reconhece oficialmente o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, em homenagem às 129 operárias queimadas vivas.
O dia serve para reafirmar a cada ano que nenhuma das nossas lutas foi em vão. Por isso precisamos e devemos continuar essa trajetória de combate em combate na ação afirmativa contra o machismo, o racismo e o lesbofobismo.


NADA FOI EM VÃO!
É ISSO QUE NOS FAZ NÃO ESMORECER NUNCA, JAMAIS!
CONVITE
O presidente da CNI (Confederaão Nacional da Indústri), Armando Monteiro Neto; o presiente da UBE-PE, AlexandreSantos; opresidente da Fundação Nilo Coelho, Geraldo Coelho; a presidente do Fórum de MulheresAdvogadas do Mercosul, Graça Barza;o presidente do Gabinete Português de Leitura, Vicente Miranda; o presidente da Academia Pernambucana de Letras Waldênio Porto e o presidente do Coomeb (Cooperativa dos Médicos do Brasil, Giovanni Rattacaso Filho, têm a honra de convidar para as comemorações do Dia Internacional da Mulher, com o lançamento da6ª edição do livro Mulheres que Mudaram a História de Pernambuco, de autoria do jornalista Carlos Cavalcante, presidente da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural.