segunda-feira, dezembro 12, 2011

PRÊMIO NOBEO DA PAZ VAI PARA AS MULHERES



A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a também liberiana Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkol Karman, figura de liderança da "primavera árabe", receberam neste sábado, em Oslo, o prêmio Nobel da paz, concedido a elas por destacarem o papel das mulheres na resolução de conflitos.
"Vocês representam uma das forças motrizes mais importantes da mudança no mundo de hoje: a luta pelos direitos humanos em geral e a das mulheres pela igualdade e a paz, em particular", declarou o presidente do comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, durante a entrega do prêmio.
Os nomes delas já havia sido anunciado pelo comitê do Nobel no dia 7 de outubro - uma concessão histórica - "por sua luta pacífica em favor da segurança das mulheres e de seus direitos de construir a paz".
Durante entrevista à imprensa, no Instituto Nobel, na sexta-feira, as laureadas prestaram homenagem a todas às mulheres que, segundo elas, não são apenas vítimas de conflitos, mas que também contribuíram de maneira decisiva para a sua solução.
"O tempo no qual as mulheres se apresentavam como vítimas chegou ao fim. Elas agora estão na liderança, na direção, não apenas de seus países, mas do mundo", declarou Tawakkol Karman.
Primeira mulher árabe a receber o Nobel da paz, Tawakkol Karman, uma jornalista de 32 anos, foi uma das forças do movimento que pede, desde o início do ano, a saída do presidente iemenita Ali Abdallah Saleh, no poder há 33 anos.
Reeleita no mês passado, após ter sido a primeira mulher democraticamente designada à chefia de um país africano, em 2005, Johnson tenta, quanto a ela, curar as feridas de um país que mostra, ainda, as cicatrizes de 14 anos de guerra civil (1989-2003) durante a qual 250.000 pessoas morreram.
Depois da reeleição, ela confiou à compatriota Leymah Gbowee, também premiada, o cuidado de conduzir uma iniciativa de reconciliação nacional.
Dedicada a causas sociais, e se tornando "uma guerreira da paz", Gbowee faz parte de um movimento pacífico de mulheres, que, com a ajuda de uma "greve do sexo", contribuiu para pôr fim à segunda guerra civil, em 2003.
O prêmio Nobel consiste numa medalha de ouro, acompanhada por um diploma e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros) que elas vão compartilhar.
Os Nobel de literatura, química, física, medicina e ciências econômicas também serão entregues neste sábado, em Estocolmo.
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Notícia recebida de:
Rita Andréa

Diretora Paradigma Consultoria
paradigmaconsultoria@yahoo.com.br

segunda-feira, dezembro 05, 2011

Lançamento do livro A Lei Maria da Penha Em Cordel


O livro é de autoria de Tião Simpatia de Oliveira Jucá
Dados Técnicos ISBN: 978-85-6317-19-1
Ilustrações: Meg Banhos
Páginas: 20



Esse livro é mais uma iniciativa para informar as mulheres que são vítimas de violência no meio familiar em função de um sistema patriarcalista que vem imperando sempre, mas que hoje em dia conta com a Lei Maria da Penha para protege-las como também recebem o apoio de homens como o autor em tela.



Mulher Índia e Relações de Gênero



O racismo étnico contra povos indígenas foi um dos capítulos mais horripilante da história do nosso país, a exemplo de muitas outras nações, cuja população nativa era de etnia indígena e foram colonizadas pelos invasores europeus.
A inclemência aos direitos indígenas no Brasil têm se arrastado ao longo do tempo desde o descobrimento no ano de 1.500 quando quase foram totalmente dizimados pelo estrangeiro branco que aqui aportou, fazendo com que as nações nativas – de diversas etnias indígenas – sofressem toda forma de violação no que diz respeito aos seus Direitos Humanos e toda sorte de discriminação cultural, social e econômica.
Porém, foram – e são ainda – as mulheres índias quem mais sentiram na pele tal estigmatização. Isso tudo, por ser além de índia, mulher.
A mulher, particularmente, não só sofre as restrições no que diz respeito aos direitos à educação, saúde e participação igual no mercado de trabalho que recaem em geral sobre todo o povo indígena. Mas ,ainda são vítimas de violação, abuso, assédio e violência sexual de maior gravidade como o assassinato em si, não só pelo homem branco como pelos próprios índios por conta da desigualdade de gênero existente em todas as raças, etnias, classe social e nacionalidade.
Daí, ser possível asseverar, com toda certeza: quando se trata do universo populacional étnico de mulheres indígenas, a índia, certamente, é muito mais rechaçada na sua condição física e dignidade moral.
Felizmente, esse panorama vem sendo transformado no campo das relações desiguais de gênero, ao vermos a mulher de etnia indígena adquirindo consciência crítica, lutando pelos seus direitos e propondo ações afirmativas pela melhoria da sua qualidade de vida.
A maior prova dessa mudança estrutural e mental está configurada no 1º CONGRESSO NACIONAL DAS MULHERES INDÍGENAS 2012 que será no Memorial da América Latina em São Paulo - Brasil.

Como esse blog tem na Música Popular Brasileira a fonte das diversas temáticas, pois bem nos mostra o imaginário coletivo contemporâneo ao tempo em que a letra foi escrita.

Segue, então, logo abaixo, uma composição de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, que bem nos mostra como a índia brasileira vem rompendo com as barreiras da servidão humana nas relações de gênero apesar de terem muitas lutas pela frente para adquirirem a cidadania plena.



Rainha Morena
Autorias:Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro
“Sou morena
A rainha morena da tribo de Iracema
Sou morena
Ando nua na selva encantada de Ipanema
Sou a índia brasileira
Tenho as pratas e os ouros das matas na bandeira
Bugigangas
Quero mesmo é as contas de vidros e as miçangas
Tenho tudo o que pedir
Segura xará que é isso aí
Voltei a falar a língua tupi
Na aldeia global que é isso aqui
Que vai do Oiapoque ao Chuí
Mesmo pobre de marré decí
Eu sou brasileira e to aí.

Sou morena
Já nasci mesmo pra ser escrava dos sistemas
Sou morena
Pouco a pouco, porém
Rebentei Minhas Algemas
Sou de Paz, mas Sou Guerreira
Devagar chego lá
Derrubando Essas Fronteiras
Tô de tanga
Mesmo assim já tô dando
O Meu Grito do Ipiranga
Quero tudo o que perdi
Eu Quero Escolher o Que Não Escolhi
Quero ser cacique guarani
Poder crer no meu pajé daquí
Ter Como Quiser Meu Bacuri
Mesmo pobre de marré decí
EU SOU BRASILEIRA E TÔ AÍ.”