segunda-feira, dezembro 16, 2019

Cinema / Gênero / Negritude

Hattie McDaniel: a cruel história de uma atriz que ganhou um Oscar e desafiou a sociedade

80 anos após a estreia de ‘E O Vento Levou’, recordamos o relato mais chocante e triste em torno do clássico: o da intérprete afro-americana, lésbica e corajosa.
Hattie McDaniel com Vivien Leigh, que deu vida a Scarlett O’Hara. A personagem da empregada Mammy era a única que se atrevia a desafiar a voluntariosa Scarlett.
Hattie McDaniel com Vivien Leigh, que deu vida a Scarlett O’Hara. A personagem da empregada Mammy era a única que se atrevia a desafiar a voluntariosa Scarlett




Ela protagonizou um dos filmes mais famosos da história do cinema, E o Vento Levou, mas foi proibida de comparecer à estreia; transformou-se na primeira atriz negra a ganhar um OSCAR, mas não pôde se sentar na mesma mesa que seus colegas de elenco; foi relegada a papéis de empregada pelos brancos e rejeitada pelos negros, que não entendiam sua adesão ao estereótipo com o qual Hollywood havia reduzido sua raça. Morreu sem um tostão, e seu Oscar foi levado pelo vento, mas ela sempre foi fiel a si própria. E sua melhor frase não foi escrita por nenhum roteirista, mas por ela mesma: “Prefiro interpretar uma criada por 700 dólares a ser uma por 7.” Chamava-se Hattie McDaniel, e suas luzes e sombras estarão para sempre unidas à história do cinema.
No testamento, ela pediu duas coisas: ser enterrada no cemitério Hollywood Forever e que seu Oscar fosse entregue à Universidade Howard. Após sua morte, recebeu sua enésima bofetada: o cemitério não aceitava negros, por mais famosos que fossem

Hattie McDaniel (Kansas, EUA, 1893; Los Angeles, EUA, 1952) era a caçula dos 13 filhos de um casal de escravos libertos que havia chegado ao Kansas fugindo da extrema pobreza. Mais afeita ao ritmo gospel interpretado por sua mãe na igreja que aos livros, ela não demorou a subir nos palcos para contribuir com a paupérrima economia familiar. Não sabia ao certo qual seria o seu futuro, mas tinha certeza de que não queria seguir o caminho da servidão ao qual pareciam condenadas as mulheres negras. Preferiu formar, com dois de seus irmãos, um grupo de vaudeville no qual sua veia cômica logo se destacou. “Ela foi radical em muitos aspectos”, escreveu sua biógrafa Jill Watts em Hattie McDaniel: Black Ambition, White Hollywood (ambição negra, Hollywood branca). “Atuava com a cara pintada de branco, algo que nenhuma mulher fazia na época”, resumiu Watts.

segunda-feira, novembro 25, 2019

Bilbao contra a violência de gênero

Bilbao se planta contra la violencia de género
Quase 20.000 pessoas se manifestam contra a violência machista nas ruas da capital bizkaina

Pipi Calzaslargas enseñó más de feminismo que todas las princesas Disney juntas

A história de uma menina muito independente e autônoma foi censurada na Espanha durante o franquismo por considerar a pequena demasiadamente impertinente e “antipedagógica”. Agora, se reedita em um mundo novo. 


Pippi Calzaslargas nació en 1945 de la mano de la escritora sueca Astrid Lindgreen. Ahora la editorial Blackie Books publica el libro trayendo a nuestros días las historias de la niña con las trenzas más famosas. Fue Lindgren -quizás sin saberlo- la que parió uno de los iconos feministas más importantes de todos los tiempos. Ella fue el ejemplo de independencia y soberanía. Ella se encargó de pulverizar el machismo.
Esta niña surgió en un período convulso de la historia. Las hazañas de la benjamina llegaron al mundo topándose con las mentes más retrógradas de la época: el libro fue censurado en varios países, incluído España, por considerar a la pequeña demasiado impertinente, “antipedagógica”. No fue hasta 1975 que Pippi consiguió abrirse paso entre librerías y televisiones de millones de hogares por todo el mundo, incluída también la península ibérica.

segunda-feira, novembro 04, 2019

10 histórias de cordel baseadas nas grandes mulheres negras da história do Brasil

“Talvez você nunca tenha conhecido a trajetória de sequer uma mulher negra na história do Brasil, não é? Mesmo na escola, nas aulas sobre o período da colonização e da escravidão, é provável que você não tenha lido ou ouvido falar sobre nenhuma líder quilombola, nem mesmo sobre líderes que foram tão importantes para comunidades enormes.
Essa ausência de conhecimento é um problema profundo no Brasil. Infelizmente, na escola não temos acesso a nomes como o de Tereza de Benguela, por exemplo, que recentemente se tornou símbolo nacional, quando o dia 25 de Julho foi oficializado como o Dia de Tereza de Benguela. Ainda assim, há grandes chances de que essa seja a primeira vez em que esse nome lhe salta aos olhos.
Para conhecer as histórias de luta dessas mulheres, é preciso mergulhar em uma pesquisa pessoal, que antes de tudo precisa ser instigada. Mas se as escolas e Universidades nem mesmo mencionam a existência de mulheres negras que concretizaram grandes feitos no Brasil, como a curiosidade das pessoas será despertada?”
Foi partindo desta ideia de que é preciso dar a volta e recolocar essas mulheres na história que Jarid Arraes resolveu escrever histórias biográficas de Cordel sobre 10 grandes mulheres negras da história do Brasil. Segundo publicação do próprio no site da Ceet – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desiguldades, ele resolveu lançar essas histórias que “contam as trajetórias e conquistas”, pois assim, “em sala de aula ou passando de mão em mão, a Literatura de Cordel pode servir como um rico material para que essas histórias sejam repassadas e discutidas.
A ideia é inovadora e espetacular: somente com informação poderemos ter mais lados de nossas história e, principalmente, conhecer mais daquilo que nos formos. Nesses cordéis, segundo Jarid, “é possível conhecer Zeferina, líder do quilombo de Urubu, Anastácia, uma escrava que até hoje é cultuada como santa, Maria Felipa, que foi líder nas batalhas pela independência da Bahia, e Antonieta de Barros, a primeira deputada negra do Brasil.” Assim, “passo a passo, grandes injustiças históricas podem ser eliminadas, trazendo à tona a memória de guerreiras e mulheres negras brilhantes que foram de enorme importância para o Brasil.”, afirma ele.
Para começar, leia no Questão de Gênero o cordel que conta a história de Tereza de Benguela, disponível gratuitamente.
Conheça todos os cordéis biográficos em www.jaridarraes.com/cordel

segunda-feira, outubro 14, 2019

Theresa Kachindamoto, líder feminista de Malawi, um pequeno país da Africa é uma líder feminista que anulou 850 casamentos infantis

Theresa Kachindamoto é supervisora de um distrito de um país africano chamado Malawi e tem se destacado pelas suas ações ajudando as mulheres e meninas de sua comunidade. A líder feminista trabalhou assiduamente para anular, nos últimos três anos e até 2016 cerca de 850 casamentos forçados, foram desfeitos, colocando as meninas que foram coagidas a se casarem de volta à escola. Theresa também luta para abolir os rituais que iniciam crianças sexualmente. 
Resultado de imagem para Theresa Kachindamoto foto

ALGUMAS MULHERES GANHADORAS DO PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA

Ao todo, até agora, - 2019 -  as mulheres que receberam o Nobel de Literatura foram 15.

1909: Selma Ottilia Lovisa Lagerlöff - 1926: Grazia Deledda - 1928: Sigrid Undset - 1938: Pearl S. Buck - 1945: Gabriela Mistral - 1966: Nelly Sachs - 1991: Nadine Gordimer - 1993: Toni Morrison -1996: Wislawa Szymborska  - 2004: Elfriede Jelinek - 2007: Doris Lessing - 2009: Herta Müller - 2013: Alice Munro - 2015: Svetlana Alexievic - 2019: Olga Tokarczuk

Foto de oito das ganhadoras do Nobel


sábado, setembro 28, 2019

AZMINA.COM.BR - Entrevista com Silvia Federici

“Para as mulheres, sexo sempre foi trabalho”, diz Silvia 
Em entrevista, historiadora autora de "Calibã e a Bruxa" fala sobre como a caça às bruxas existe ainda hoje, é parte do sistema econômico e oprime as mulheres
por Helena Bertho
24 de setembro de 2019
Oque é preciso para acabar com a opressão às mulheres? Para a historiadora Silvia Federici, precisamos de uma revolução. Depois de se dedicar a história das mulheres desde o feudalismo, ela concluiu que o controle do corpo feminino por meio da violência é uma das bases do capitalismo e que isso não vai acabar enquanto as relações econômicas seguirem as mesmas. 

Nascida na Itália e hoje com residência nos Estados Unidos, onde é professora emérita da Universidade de Hofstra, em Nova York, Silvia ajudou a fundar o Coletivo Feminista Internacional e participou do movimento por remuneração do trabalho doméstico na década de 70. Ela é autora do livro Calibã e a Bruxa (Editora Elefante), que já vendeu mais de 20 mil exemplares e está disponível para download online. 


Silvia está no Brasil para o lançamento de dois livros: O Ponto Zero da Revolução (Editora Elefante) e Mulheres e Caça às Bruxas (Editora Boitempo). Em conversa com a  Revista AzMina, Federici fala sobre história, como a caça às bruxas acontece hoje em dia, a apropriação do corpo feminino pelo sistema e sobre a possibilidade de resistência. 


Silvia Federici (Foto: Wiki Commons)
Revista AzMina: Lendo Calibã e a Bruxa, tive uma sensação de estar lendo uma nova história do mundo, muito diferente da que estudamos na escola. Porque o que você faz é uma releitura da história incluindo as mulheres. E isso me fez pensar: como podemos confiar na história que conhecemos? 

Silvia Federici:  Quem tem o poder de transmitir a história? É um senso comum dizer que a história foi escrita pelos vencedores. E uma quantidade tremenda de documentação e a voz de populações inteiras foram sufocados. Além disso, a escrita, que é o meio de comunicação, esteve nas mãos de pessoas com poder. Então precisamos ser bem cautelosos com a história oficial. E com o que aprendemos na escola, porque o sistema de educação segue dando um ponto de vista particular. Eu fui para a escola e tive vários anos na Universidade e, por muitos anos, não aprendi nada. Eu aprendi sobre o feudalismo, os reis, rainhas, batalhas e castelos. Mas nunca me ensinaram sobre as vidas dos servos, camponeses, artesãos. 

Foram os movimentos sociais dos anos 60 que permitiram falar da história a partir de baixo, a história dos camponeses, a organização do dia a dia, da reprodução. O mesmo foi com as mulheres, que estiveram ausentes da história até o movimento das mulheres.   

Leia mais: É muito tarde para silenciar questionamentos sobre gênero, diz Judith Butler
AzMina: Você diz em seu livro Mulheres e Caça às Bruxas que há novas bruxas hoje. Quem são elas?

Silvia: É importante dizer que nunca existiram bruxas. Elas são uma criação. Primeiro da Inquisição, depois dos magistrados e dos poderosos na Europa. Mas aquelas que são rotuladas como bruxas hoje são primeiramente as mulheres acusadas de bruxaria na África, América Latina e Índia. As “curandeiras” acusadas de curar com poderes sobrenaturais. Essa recriação da imagem da bruxa tem a ver também com a presença, em boa parte do mundo, das seitas fundamentalistas evangélicas. Eles falam de Satã e direcionam a energia das pessoas para longe do problema econômico e sua causa, focando na ideia de que na comunidade há pessoas malvadas. É conveniente que, no momento em que essas comunidades estão empobrecendo, elas direcionem a raiva para pessoas específicas.  

Há ainda uma outra caça às bruxas, mas essas não são chamadas de bruxas. São as mulheres que estão usando sua assertividade, buscando mais poder social, as feministas. 

AzMina: Você diz que a nova caça às bruxas está muito ligada à apropriação pelo capital dos espaços de abundância natural. Considerando que a Amazônia hoje é um dos principais palcos de enfrentamento em relação aos recursos naturais, você acha que as mulheres indígenas brasileiras estão em risco? 

Silvia: Claro. Estamos todos em risco por causa da queima da Amazônia. Ainda mais as mulheres indígenas. Essa é a terra delas, sua forma de sobrevivência, a fonte de subsistência. É sua cultura. Quando você perde a terra, a água, o contato com os animais, sua vida acabou. Não é que elas perdem apenas a terra, elas perdem todo um modo de viver, todo um mundo cultural e histórico. É uma tragédia. 

AzMina: Uma das grandes bandeiras que se vê no feminismo atual é a da inserção da mulher no mercado de trabalho e também pela igualdade salarial. Mas se você considera que o problema central do machismo é a posição da mulher dentro do capitalismo, acha que essa luta faz sentido? 

Silvia: Faz todo sentido. Não há razão para o mesmo tipo de trabalho ou um tipo comparável de trabalho receba diferente. Hoje a luta não é só por salários iguais, mas por salários iguais para trabalhos comparáveis. Mas essa luta não é suficiente. Primeiro, porque não há trabalho igual. Mulheres vão para casa e ainda têm que fazer o trabalho doméstico. Pode ser que alguns homens estejam dividindo, mas fundamentalmente as estatísticas mostram que as mulheres estão fazendo as bases do trabalho reprodutivo. Então a gente não pode lidar com a posição da mulher no trabalho fora de casa, se a gente não lida com a questão do trabalho reprodutivo. A situação da mulher não é a mesma do homem. 

Leia mais: “Não é só o gênero que é socialmente construído, o sexo biológico também”
AzMina: Aqui no Brasil essa questão ganha um adendo de racismo: quando as mulheres brancas conseguem se emancipar do trabalho doméstico não remunerado, isso costuma envolver uma mulher negra realizando o trabalho doméstico por uma baixa remuneração. Você também estudou essas intersecções? 

Silvia: Sim, nós temos isso [nos Estados Unidos] também. Isso é terrível, porque sempre existiram essas desigualdades. Hoje isso ganha um novo nível de desigualdade porque não só as mulheres ricas, mas também as trabalhadoras conseguem contratar uma trabalhadora doméstica por algumas horas ou dias para cuidar da casa ou das crianças. E isso cria uma nova divisão, porque quando você tem uma empregadora e uma empregada, você tem uma relação de poder. Então o movimento feminista tem que somar na luta pelo trabalho doméstico, contra a desvalorização da reprodução. 

AzMina: Você defende que o controle dos corpos femininos foi essencial para a construção do capitalismo. Então você acredita que a resistência também pode vir dos corpos femininos?

Silvia: Eu acabei de terminar um livro chamado Beyond the Periphery of the Skin [“Além da periferia da pele”, em uma tradução livre]. E essa é a resposta para a sua pergunta. O livro reúne artigos sobre essa questão de “meu corpo, meu território”, do corpo como resistência. Mas você precisa ir além do corpo. Você não pode ter controle do corpo — e eu falo de sexualidade, identidade de gênero, tudo — se você não muda a organização do trabalho e as relações de propriedade. Então me parece que o corpo é crucial, mas não é limitado à nossa composição física. Eu estou pensando numa extensão do corpo. Ele é moldado pelas relações com outras pessoas, com a natureza e as políticas econômicas. 

Um exemplo: você não pode mudar sua vida sexual sem mudar a organização do trabalho. Os tempos de trabalho e de sexo são muito compartimentados. Nós temos atividades diárias muito dessexualizadas e então, no sábado e no domingo, é hora do sexo. Então, a forma como o trabalho acontece já coloca muitos limites para nossa relação com o corpo e a sexualidade.  

AzMina: Você tem um artigo em que defende que sexo é trabalho, pode explicar?

Silvia: Para as mulheres, sexo sempre foi trabalho, é parte do trabalho doméstico. Esse é o contrato de casamento. Estamos analisando quais têm sido as expectativas sociais do trabalho da mulher em casa. 

Leia mais: As três faces da prostituição
AzMina: Nessa lógica, prostituição seria só mais um trabalho?

Silvia: Sim. É um continuum. É por isso que sou contra esse moralismo sobre a prostituição. Bem, tantas mulheres são casadas não porque amam o homem, mas porque isso é uma solução econômica. Sua mãe falou: encontre um homem que tenha um bom emprego, segurança, você vai passar a gostar dele. Então, a ideia é que mulheres têm dependido de vender seus corpos porque nós sempre tivemos menos acesso aos recursos do que os homens. Na história do capitalismo, eles sempre tiveram mais acesso a dinheiro, empregos e formas de subsistência. Então nós tivemos que vender não só o trabalho em si, como os homens, mas também nossos corpos. 

AzMina: Você acredita que pode haver uma mudança dentro do sistema capitalista?

Silvia: Não, eu acho que precisamos de uma revolução. Mas uma revolução não vai acontecer de um dia para o outro. É longo processo de luta, mas precisamos que os movimentos olhem para além do capitalismo. 

AzMina: Então você não acredita na luta por meio da política ou mudanças nas leis?

Silvia: Uma questão essencial é entender a diferença entre as reformas que nos permitem lutar com mais poder e as que nos fazem recuar. É absurdo imaginar que vamos dizer não para toda reforma, que vamos fazer uma mudança revolucionária. Pelo outro lado, é preciso ficar de olho, porque é comum que sejam propostas reformas que enfraquecem a luta, porque privilegiam um grupo de pessoas e criam novas divisões. 

AzMina: Você destaca muito as opressões que as mulheres sofrem devido a seu papel de reprodução da força de trabalho, focando bastante na questão biológica.

Silvia: Não, não foco na biologia. 

AzMina: Mas fala como o poder de reproduzir, gerar novos trabalhadores foi a base da opressão das mulheres. 

Silvia: Mas isso não é só biologia. Não estou dizendo que não existe uma biologia, mas o que chamamos de biológico, ou natural, sempre foi mediado por relações culturais, políticas e sociais. Não existe biologia pura, isso tem uma história também. 

AzMina: E para você qual o espaço de luta para as mulheres trans dentro do feminismo? 

Silvia: Quando falamos “mulheres”, estamos falando de todas as mulheres. É uma discussão muito ampla, porque temos várias questões diferentes aqui. Uma delas, talvez a mais importante, é se a categoria “mulher”, como uma categoria analítica e política, é ainda viável. Porque nós temos feministas famosas nos Estados Unidos, como a Donna Haraway e Judith Butler, que lutam para construir um feminismo sem mulheres. O que elas querem é um feminismo que não seja atrelado a uma identidade de sujeito, um feminismo que seja puramente opositivo. Eu discordo disso. 

Porque isso significa ignorar toda a história de lutas que as mulheres tiveram. Eu não acredito que “mulher” seja uma categoria biológica. Para mim, “mulher” significa uma posição particular na organização de trabalho, uma posição particular na divisão sexual do trabalho e uma forma particular de exploração. Eu quero trazer luz para a forma como o capitalismo usa as diferenças entre homens e mulheres para criar todo um trabalho estrutural. Você não pode lutar sem falar disso. 

Mulheres podem ser muito diferentes, mas nas plantations [sistema agrícola baseado em uma monocultura de exportação mediante a utilização de latifúndios e mão-de-obra escrava] as mulheres foram exploradas de forma muito diferente dos homens. A luta dos escravos não é só a luta dos homens. Elas foram forçadas a produzir novos escravos, elas lutaram para não dar à luz, para ter contracepção, para não deixar seus filhos serem escravizados, para enfrentar estupros. Então como falar em oposição sem falar sobre as experiências de exploração e luta das mulheres? Vamos dizer que isso não conta para nada? Não conta para nenhuma solidariedade? Não nos deu coragem e conhecimento? Eu não acho. 

E quando eu vejo milhares de mulheres nas ruas na Argentina, elas falam como mulheres. Elas podem ser mulheres trans ou lésbicas, mas eu não as vejo deixando de se identificar como mulheres. Em um nível de massa, vá dizer às mulheres que sua experiência é insignificante. Eu não vejo isso. E eu não vejo Judith Butler criando um movimento de massa. Mas é importante que a gente reconheça que toda a questão de gênero sempre foi muito fluída e diversa do que nos fizeram acreditar. Veja a questão das pessoas intersexo, que é muito importante, por exemplo. Eu acho que é importante brigar contra a obrigação de ser um homem ou uma mulher, etc. Mas ainda assim, se você não muda quem controla os recursos do mundo, você pode se chamar do que quiser, se você for despossuído, você não vai poder mudar. Então a luta tem que ser mais ampla. 

Esse conteúdo foi útil?
Apoie AzMina
ARevista AzMina alcança cada vez mais gente e já ganhou mais prêmios do que poderíamos sonhar em tão pouco tempo. A gente acredita que o acesso a  informação de qualidade muda o mundo. Por isso, nunca cobraremos pelo conteúdo. Mas o jornalismo investigativo que fazemos demanda tempo, dinheiro e trabalho duro – então você deve imaginar por que estamos pedindo sua ajuda.

Quando você apoia iniciativas como a nossa, você faz com que gente que não pode pagar pela informação continue tendo acesso a ela. Porque jornalismo independente não existe: ele depende das pessoas que acreditam na importância de uma imprensa plural e independente para um país mais justo e democrático.

Apoie AzMina


Jornalismo:
Reportagens
Colunas
Especiais
Sobre:
Apoie o Jornalismo em defesa da mulher
Republique
Missão, visão e valores
Transparência
Parceiros
Nossa história
Quem somos
Ações:
Projetos
Enfrentamento à violência de gênero
Contato:
Fale conosco
 /revistaazmina
 @revistaazmina
 @revistaazmina
 revista azmina
Desenvolvido por estúdio tacto
Receba por e-mail
O melhor dAzMina toda semana:


Cadastre-se

Apoie o jornalismo em defesa da mulher
AzMina precisa de você pra continuar produzindo reportagens exclusivas sobre a situação da mulher no Brasil.
 - Link para a matéria: https://azmina.com.br/reportagens/para-as-mulheres-sexo-sempre-foi-trabalho-diz-silvia-federici/?fbclid=IwAR23E2la1sdlg3b9K7a5HY06CG8ImUu72UVVqGJdW0TYwhJoz0eF3giYYg8 - 

domingo, setembro 01, 2019

Katherine Johnson física, cientista, matemática espacial


A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo

Katherine Johnson (física, cientista, matemática) calculou de cabeça e à mão a jornada do Apollo para Lua. Na época trabalhava como computador da Nasa. Ela foi retratada no livro Estrelas além do Tempo, que virou um filmaço, junto com outras mulheres negras importantíssimas para a evolução do mundo, mas que ficavam no anonimato. Dia 26 de agosto ela fez 101 anos! 
















segunda-feira, agosto 26, 2019

Novo filme homenageia mulheres pioneiras na música eletrônica


Delia DerbyshireDaphne OramSuzanne Ciani Laurie Spiegel são algumas homenageadas no filme, que conta ainda com músicas de expoentes dos anos 70 e 80, como Human LeagueJean-Michel JarreSuicideThrobbing GristleCerrone e alguns dos trabalhos do diretor Marc Collin
Fonte: PHOUSE

domingo, agosto 25, 2019

Masp resgata com mostras paralelas obras de artistas mulheres 'apagadas' da história

Masp resgata com mostras paralelas obras de artistas mulheres 'apagadas' da história
O Masp (av. Paulista, 1.578, tel.: 3149-5959) abriu no dia 23 de agosto - 2019, duas exposições sobre a presença feminina na arte. São elas Histórias das Mulheres: Artistas Antes de 1900 e Histórias Feministas: Artistas Depois de 2000.

O Masp (av. Paulista, 1.578, tel.: 3149-5959) abre nesta sexta-feira (23) duas exposições sobre a presença feminina na arte. São elas Histórias das Mulheres: Artistas Antes de 1900 e Histórias Feministas: Artistas Depois de 2000.

quarta-feira, agosto 21, 2019

Alice Guy, a primeira diretora de cinema do mundo

Retrato da cineasta Alice Guy
Nascida em 1873, pioneira francesa dirigiu e produziu centenas de curtas e fez reflexões sobre igualdade de gênero. Festival de cinema mudo presta homenagem ao legado da cineasta.
Alice Guy (1873-1968) não vivenciou sua redescoberta como cineasta
Alice Guy bei Dreharbeiten
Alguns atribuem a Guy a primeira direção de um filme de não ficção

Graças à crescente consciência sobre a igualdade de gênero no cinema, uma pioneira esquecida da sétima arte está de volta aos holofotes: Alice Guy (1873-1968) está sendo homenageada no Stummfilmfestival, o mais importante dedicado ao cinema mudo da Alemanha, em Bonn, em que será exibida uma seleção das obras da cineasta francesa, acompanhada de música ao vivo.
"Após o movimento #metoo e discussões sobre igualdade de gênero, uma nova pesquisa dedicada a Alice Guy permitiu que especialistas descobrissem que ela dirigiu mais filmes do que se pensava; filmes que foram atribuídos a seus colegas diretores nos primórdios do cinema", explica Stefan Drössler, diretor do Museu do Cinema de Munique.
Por muitos anos, Drössler foi curador do renomado International Silent Film Festival (Festival Internacional do Cinema Mudo) em Bonn. Antes, ele também organizara exibições de filmes de Alice Guy na Universidade de Bonn – em alguns casos, sem mesmo se dar conta de que ela era a diretora das obras.
Drössler menciona, por exemplo, A fada do repolho (título original: La fée aux choux), incluído na programação do festival de 2019. "Nós já o havíamos mostrado em Bonn no ano passado, mas não foi registrado como um filme de Alice Guy". Agora, A fada do repolho foi restaurado digitalmente e faz parte da programação do festival, desta vez com o devido crédito à diretora.
Os filmes dos primeiros anos do cinema não tinham créditos como se conhece hoje, explica Drössler, normalmente só se apresentava o título. Os cineastas pioneiros produziam muito rapidamente, como numa linha de montagem. Só mais tarde especialistas tentaram determinar seus autores. E eles eram quase exclusivamente homens.
Através de digitalização, pesquisa aprofundada e uma consciência diferente sobre o papel das mulheres nos primórdios do cinema, os créditos de algumas obras estão sendo reatribuídos.

Joana Guimarães Luz é a primeira reitora negra em uma universidade federal no Brasil

Fonte: Marie Claire

Joana, que hoje tem 61 anos, nasceu em Itajuípe (BA) e acredita que a diversidade de pessoas no ambiente de pesquisa abre portas para inovação e ajuda a mudar o mundo.
Joana Guimarães Luz (Foto: Sirc)

Das memórias mais vivas da infância, Joana Guimarães Luz gosta especialmente de se lembrar de uma: a fome da mãe pela leitura. “Na minha cabeça ficou a imagem dela devorando Monteiro Lobato em uma tarde quente na nossa primeira casa, no interior da Bahia.” Joana, que hoje, aos 61 anos, é reitora na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Itabuna, é a primogênita de uma família de seis filhos que se mantinha com o plantio e a colheita de cacau em fazendas no interior do estado. Mais precisamente em Itajuípe, cidadezinha de 21 mil habitantes. “Vivíamos na roça, mas um dia minha mãe decidiu nos levar para Salvador, onde teríamos uma educação melhor e chances de sair da miséria. Eu tinha uns 9 anos. No fundo, ela sabia que só a educação nos salvaria. Foi justamente o que aconteceu. Todos os meus irmãos seguem profissões sólidas originadas na faculdade”, conta ela.
É de Joana o título de primeira reitora negra eleita em uma universidade federal no Brasil. O cargo, que ocupa desde o final de 2017, se transformou em uma espécie de “vitrine positiva” para outras mulheres negras que sonham em seguir seu feito. “Sei da força da representatividade que exerço estando onde estou. A maioria dos reitores no país são homens brancos. Temos 63 universidades federais e somente 19 mulheres no comando delas. Quando falamos de negras, o cenário é pior. Eu sou a única em atividade”, diz.
Nesta entrevista, Joana conta de suas origens, da influência dos pais, trabalhadores rurais apaixonados pelos livros, e do desafio que tomou para si: o de construir uma universidade mais diversa e aberta para todos.
MARIE CLAIRE Sobre sua família: os seus pais, assim como você, puderam estudar?
JOANA GUIMARÃES
 Até um certo ponto. Meu pai estudou até a quarta série e, por isso, sabia ler e escrever. Minha mãe estudou até a segunda, e sabia ler. Inclusive, era o que ela fazia quando tinha tempo livre. Cresci numa casa em que a leitura era um hábito e um prazer. Ensinaram isso para todos os filhos. Mais tarde, meu pai conseguiu um emprego em Salvador, e às vezes chegava a pensar em voltar para a roça com a justificativa de que lá, pelo menos, nunca nos faltaria comida. Mas minha mãe dizia: “Morro de fome, mas meus filhos não saem da escola”.
MC Parece que a obstinação da sua mãe de fato transformou o futuro de vocês. Todos os seis filhos conseguiram terminar os estudos?
JG 
Todos. Tem até uma outra história minha que vale contar. Assim que entrei em minha primeira faculdade, de filosofia, fui aprovada em um concurso da Caixa Econômica e foi um dilema, aceitar o trabalho, que pagava bem e podia melhorar a situação da minha família, ou seguir com o curso, que era de período integral. Meu pais me disseram para estudar e negar o emprego. Se a gente tinha vivido até ali naquelas condições, podia segurar mais uns anos. Foi o que fiz.

domingo, agosto 18, 2019

Mulheres indiana foram fundadora do movimento contra a violência sobre a Mulher

Vestidas de rosa e com bastões na mão, indianas criam grupo de autodefesa contra machismo


Uma curiosidade é que o rosa não tem a ver com a questão feminina. “Queríamos ter algo que não tivesse relação com os partidos [políticos] e nenhum usa rosa. Por isso escolhemos essa cor”, explica Pal Devi.


Entre o Taj Mahal e a cidade de Varanasi, o histórico de mulheres agredidas e humilhadas passa de milhões. E além de violadas são obrigadas pelo estado hindu de Uttar Pradesh a permanecerem caladas.
Para ter ideia, na cidade 38% das mulheres sofreram algum tipo de abuso físico ou sexual, de acordo com a Terceira Pesquisa Nacional Sobre Saúde Doméstica, de 2006.
Há 30 anos, Phoolan Dev, uma mulher de baixa casta, resolveu se vingar de seus estupradores e assim tornou-se a “rainha dos bandidos”. Isso a tornou conhecida e anos depois se tornaria Deputada. Mas, durante seu mandato em plena democracia, foi morta a tiros.
Isso que Phoolan viveu bastante se considerar todas as meninas que morrem “acidentalmente” queimadas, afogadas ou golpeadas logo que nascem.
Porém, em 1980, Sampat Pal Devi aos 16 anos resolver vingar o marido abusivo de uma conhecida e, após reunir um grupo de mulheres, bateram no homem. Esse acontecimento foi o começo de um movimento que inspira mulheres em todo o mundo.
Hoje, aos 51 anos, Sampat comanda o Gulabi Gang (Gangue de Rosa), um grupo com pouco mais de 270 mil mulheres vestidas com saris rosas e armadas com lathis (bastões de madeira de um metro e meio de largura).
O principal objetivo do grupo é mediar conflitos domésticos, arrumando casamentos, denunciando a corrupção de burocratas e, se necessário, usando lathis para revidar abusos.
“Normalmente prefiro usar a razão”, afirma Sampat. “É melhor convencê-los a fazer o correto. Quase nunca tivemos de chegar a usar a violência”.
Uma curiosidade é que o rosa não tem a ver com a questão feminina. “Queríamos ter algo que não tivesse relação com os partidos [políticos] e nenhum usa rosa. Por isso escolhemos essa cor”, explica Pal Devi.
Além da autodefesa, em 2010, elas utilizaram as doações e criaram uma escola para os filhos das castas mais baixas e os povos indígenas do país. “As mulheres das comunidades têm de estudar e se tornar independentes para decidir suas vidas”, disse ao The Guardian.
Outra de suas lutas é para acabar com casamentos infantis. Para isso, capacitam jovens a usarem máquinas de costura.  também ensinam a fazer pratos feitos com folhas de árvore, que são bastante populares em festas e bodas, e hoje fornecem trabalho para mais de 200 mulheres diariamente.
Mas a fama trouxe acusações e ela chegou a ser destituída de sua posição. “As acusações contra mim não têm fundamento e eu responderei a elas… Tenho sido uma lutadora e vou superar isso também”, Sampat declarou à imprensa.
Mas após meses foi restituída. E assim, mais uma nova etapa no grupo começou, agora com núcleos em várias cidades. “A missão da gangue é erradicar os males sociais e questionar o sistema de castas, dar poder às mulheres e lutar pelos direitos dos pobres”, explica.
gulabi_gang
Fonte: OperaMundi / Fotos: Divulgação

Vógleira está disponível no YouTube https://youtu.be/I0SXbYdsAac Espero que gostem BJS



https://youtu.be/I0SXbYdsAa

quinta-feira, julho 25, 2019

Em 2012, cidades do Paraná já habilitavam benzedeiras como agentes de saúde pública


Desde fevereiro de 2012 vigora em São João do Triunfo (PR) uma lei que reconhece as benzedeiras, rezadeiras, curandeiras e costureiras de rendiduras (dores musculares) como agentes de saúde pública. Na prática, a cidade legalizou o acesso e manipulação de ervas medicinais por essas “profissionais”, de modo a facilitar o atendimento delas à população. 


A cidade tem 14 mil habitantes e fica a 106 km de Curitiba. Ela seguiu o exemplo de Rebouças, município também do Paraná com igual número de habitantes. Lá, as atividades das benzedeiras se encontram legalizadas desde 2009. 



A ONG Masa (Movimento Aprendizes da Sabedoria) cadastrou em Triunfo 161 benzedeiras e em Rebouças, 133. 



A ONG, acredita que essas leis ajudam a combater o preconceito contra as benzedeiras. “Existem leis semelhantes que reconhecem a atividade das parteiras, mas as leis das benzedeiras são inéditas”, disse. 



Tem porém,  profissionais  da área médica  que atestam que existir de forma geral,  respeito da classe a esse tipo de práticas, mas tb temem que a procura por uma benzedeira venha substituir ou retardar o tratamento médico, o que poderá ser fatal para alguns pacientes e dizem que“a segurança cientifica não pode ser deixada de lado” e que o paciente não pode substituir a curandeira pelo médico.

Eva Pinto Rebello, a curandeira Evinha
Eva Pinto Rebello (foto acima), benzedeira 75 anos

A dona Evinha, é uma das benzedeiras de Triunfo. Em sua casa ela tem um pequeno altar onde faz as orações com um rosário e galho de arruda. No quintal, tem 16 tipos de ervas. “Eu dou um ramo para a pessoa que precisa e ensino como fazer o remédio”, disse.



Evinha afirmou que, com a ajuda do toque de suas mãos, já curou centenas de crianças e adultos das mais variadas doenças. 

Mulher negra - Homenagem dia 25 de Julho

25 de Julho: Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

O dia 25 de julho foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A data foi definida no último dia do 1º Encontro de Mulheres afro-latino-americanas e afro-caribenhas, 25 de julho de 1992, em Santo Domingo, República Dominicana, quando foi criada a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e afro-caribenhas. Inspirada nesta data foi sancionada, pela presidenta Dilma Rousseff, a Lei nº 12.987/2014, que instituiu o dia 25 de Julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

sábado, julho 20, 2019

Mulheres nordestinas que se destacaram


Dandara
Dandara foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil. Após ser presa, suicidou-se se jogando de uma pedreira ao abismo em 6 de fevereiro de 1694, para não retornar à casa de seu algoz como escrava. Foi esposa de Zumbi dos Palmares e com ele teve três filhos.
Dandara dominava as artes da capoeira e além de lutar, participava de atividades cotidianas em Palmares, como a caça e a agricultura. No quilombo era praticada a policultura de alimentos como milho, mandioca, feijão, batata-doce, cana-de-açúcar e banana.
Dandara foi uma das organizadores do Quilombo. Forte e valente, Dandara mora no imaginário da população pernambucana até hoje. Uma das principais caras do feminismo negro e da cultura de resistência negra e nordestinaDandara
 

Adalgisa Rodrigues Cavalcanti

Filha de pequenos proprietários de terra, Adalgisa Rodrigues Cavalcanti nasceu em Glicério, estado de Pernambuco, no dia 28 de julho de 1907.
Na década de 1930, Adalgisa teve os primeiros contatos com a literatura marxista disponível na época. Como só havia cursado os quatro primeiros anos do ensino fundamental, os textos eram de difícil compreensão. Porém, ela foi auxiliada por um professor, que era seu amigo. Apoiou o Movimento da Aliança Liberal, que se sobressai através do carismático capitão Luís Carlos Prestes.
Em 1934, após ter tirado seu título de eleitora, iniciou sua militância partidária filiando-se ao “Socorro Vermelho”, um segmento do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que tinha como objetivo dar assistência moral, material e jurídica aos presos políticos.
Nas eleições de 2 de dezembro de 1945, candidatou-se à Assembléia Legislativa do estado, tendo sido eleita a primeira mulher deputada estadual de Pernambuco. Foi, ainda, a quinta mais votada pelo seu Partido. Teve 2.298 votos, a maioria da classe operária, superando, assim, vários candidatos de outros partidos influentes.

terça-feira, julho 09, 2019

1º Marcha das Mulheres Indígenas!

A imagem pode conter: 12 pessoas, texto
Nos dias 09 e 13 de agosto, acontece em Brasília, a Marcha das Mulheres Indígenas que reunirá 2 mil mulheres dos mais diferentes povos, de todo o Brasil. 

Com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”, o objetivo é dar visibilidade às ações das mulheres indígenas discutindo questões inerentes às suas diversas realidades, reconhecendo e fortalecendo os seus protagonismos e capacidades na defesa e na garantia dos direitos humanos, em especial o cuidado com a mãe terra, com o território, com o corpo e com o espírito.

ilustração: @crisvector/@designativista
Fonte: APIB - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil