O livro é de autoria de Tião Simpatia de Oliveira Jucá
Dados Técnicos ISBN: 978-85-6317-19-1
Ilustrações: Meg Banhos
Páginas: 20
Esse livro é mais uma iniciativa para informar as mulheres que são vítimas de violência no meio familiar em função de um sistema patriarcalista que vem imperando sempre, mas que hoje em dia conta com a Lei Maria da Penha para protege-las como também recebem o apoio de homens como o autor em tela.
O racismo étnico contra povos indígenas foi um dos capítulos mais horripilante da história do nosso país, a exemplo de muitas outras nações, cuja população nativa era de etnia indígena e foram colonizadas pelos invasores europeus.
A inclemência aos direitos indígenas no Brasil têm se arrastado ao longo do tempo desde o descobrimento no ano de 1.500 quando quase foram totalmente dizimados pelo estrangeirobranco que aqui aportou, fazendo com que as nações nativas – de diversas etnias indígenas – sofressem toda forma de violação no que diz respeito aos seus Direitos Humanos e toda sorte de discriminação cultural, social e econômica.
Porém, foram – e são ainda – as mulheres índias quem mais sentiram na pele tal estigmatização. Isso tudo, por ser além de índia, mulher.
A mulher, particularmente, não só sofre as restrições no que diz respeito aos direitos à educação, saúde e participação igual no mercado de trabalho que recaem em geral sobre todo o povo indígena. Mas ,ainda são vítimas de violação, abuso, assédio e violência sexual de maior gravidade como o assassinato em si, não só pelo homem branco como pelos próprios índios por conta da desigualdade de gênero existente em todas as raças, etnias, classe social e nacionalidade.
Daí, ser possível asseverar, com toda certeza: quando se trata do universo populacional étnico de mulheres indígenas, a índia, certamente, é muito mais rechaçada na sua condição física e dignidade moral.
Felizmente, esse panorama vem sendo transformado no campo das relações desiguais de gênero, ao vermos a mulher de etnia indígena adquirindo consciência crítica, lutando pelos seus direitos e propondo ações afirmativas pela melhoria da sua qualidade de vida.
A maior prova dessa mudança estrutural e mental está configurada no 1º CONGRESSO NACIONAL DAS MULHERES INDÍGENAS 2012 que será no Memorial da América Latina em São Paulo - Brasil.
Como esse blog tem na Música Popular Brasileira a fonte das diversas temáticas, pois bem nos mostra o imaginário coletivo contemporâneo ao tempo em que a letra foi escrita.
Segue, então, logo abaixo, uma composição de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, que bem nos mostra como a índia brasileira vem rompendo com as barreiras da servidão humana nas relações de gênero apesar de terem muitas lutas pela frente para adquirirem a cidadania plena.
Rainha Morena
Autorias:Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro
“Sou morena A rainha morena da tribo de Iracema Sou morena Ando nua na selva encantada de Ipanema Sou a índia brasileira Tenho as pratas e os ouros das matas na bandeira Bugigangas Quero mesmo é as contas de vidros e as miçangas Tenho tudo o que pedir Segura xará que é isso aí Voltei a falar a língua tupi Na aldeia global que é isso aqui Que vai do Oiapoque ao Chuí Mesmo pobre de marré decí Eu sou brasileira e to aí.
Sou morena Já nasci mesmo pra ser escrava dos sistemas Sou morena Pouco a pouco, porém
Rebentei Minhas Algemas Sou de Paz, mas Sou Guerreira Devagar chego lá
Derrubando Essas Fronteiras Tô de tanga Mesmo assim já tô dando
O Meu Grito do Ipiranga Quero tudo o que perdi Eu Quero Escolher o Que Não Escolhi Quero ser cacique guarani Poder crer no meu pajé daquí Ter Como Quiser Meu Bacuri Mesmo pobre de marré decí EU SOU BRASILEIRA E TÔ AÍ.”