terça-feira, fevereiro 26, 2019

Laura Martínez de Carvajal y del Camino - Um resgate da história das Mulheres


No Salão dos Bustos da Academia de Ciências de Cuba, só há um busto de una mulher: Laura Martínez de Carvajal y del Camino (27 de agosto de 1869 - 24 de janeiro   de 1941),  primeira mulher médica oftalmóloga de Cuba.​ Ela era a filha mais velha de uma rica família espanhola e aprendeu a ler e escrever aos quatro anos e terminou o ensino médio aos treze anos.
E apesar de hoje a incorporação das mulheres para as universidades e centros científicos é ampla, pouco se conhece das nossas precursoras, que venceram complexos e difíceis obstáculos para acessar, manter-se e ser respeitadas nos espaços acadêmicos e profissionais.
Ao terminar o liceu, antes de cumprir os 14, matriculou simultaneamente duas carreiras na faculdade: a licenciatura em ciências físicas-Matemática e a de medicina. Mas não lhe seria fácil este empenho. Nos exames de todas as disciplinas ganhou as mais altas qualificações. Em Ciências físicas-Matemática formou-se em 1888, e de medicina, corrida mais longa, em 1889, aos 19 anos.
Por ser mulher, quando estudava medicina, não conseguia dissecar cadáveres ao mesmo tempo que seus colegas de classe, mas tinha que fazê-lo sozinha no sábado e no domingo.  Ela se formou em medicina aos 19 anos em 1889, na Universidade de Havana, quando nesse mesmo ano se casou em julho de 1889.  Ela trabalhou como oftalmologista; seu marido, Dr. Enrique López Veitía, também trabalhou como tal e ela se tornou sua assistente-chefe e cuidou de seus pacientes quando ele não podia. Além disso, ela colaborou com ele em muitos artigos e três volumes de "Clinical Ophthalmology". Ela teve sete filhos. Seu marido morreu de tuberculose em 1910.
Laura Martinez de Carvajal foi pioneira da pesquisa médica e da literatura científica em Cuba, disciplinas que hoje contam no país com uma extensa representação, tanto de homens como de mulheres. No entanto, nesses tempos era algo excepcional.
Em 1917, a Laura adquiriu a fazenda o retiro, nos arredores da capital, próxima a são Francisco de Paula, onde se estabeleceu com uma de suas filhas. Pouco depois foi diagnosticada com tuberculose, e morre  em 1941 por causa da mesma doença do marido - a tuberculose -  aos 72 anos 
de idade.

segunda-feira, fevereiro 25, 2019

24 de Fevereiro de 1932 - Mulheres Conquistaram no Brasil Direito de Votar

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Em 1932, a mulher brasileira obteve o direito de votar nas eleições nacionais. Entretanto, a conquista não foi completa. O Código Eleitoral da época permitia apenas que mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras e com renda própria pudessem votar.

Até que todas as restrições ao pleno exercício do voto feminino fossem retiradas se passaram alguns anos. Em 1934 as restrições ao pleno exercício do voto feminino foram eliminadas no Código Eleitoral e em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.

De fato, não era apenas por um voto que as mulheres, ao longo dos anos, lutavam. O grande pano de fundo dessa questão, na verdade, era a própria cidadania. A exclusão da mulher do exercício dos direitos políticos enquadrava o grupo feminino como cidadãs de 2ª classe, que tinham sua representatividade cerceada pelos interesses masculinos.

O ano é de 2019 e as mulheres são maioria do eleitorado brasileiro, porém representam apenas cerca de 15% nas casas legislativas.

quarta-feira, fevereiro 13, 2019

BIBI FERREIRA - A Grande aos 96 anos - hoje dia 13/02/2019

A atriz, cantora, compositora, diretora, produtora e escritora Bibi Ferreira morreu por conta de uma parada cardíaca no início da tarde desta quarta-feira (13). A atriz repousava em seu apartamento no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Bibi Ferreira estreou no teatro com 24 dias de vida

Ela já havia anunciado sua aposentadoria dos palcos,  nas redes sociais em setembro do ano passado. “Nunca pensei em parar, essa palavra nunca fez parte do meu vocabulário, mas entender a vida é ser inteligente. Fui muito feliz com minha carreira. Me orgulho muito de tudo que fiz. Obrigada a todos que de alguma forma estiveram comigo, a todos que me assistiram, a todos que me acompanharam por anos e anos. Muito obrigada!”.

Ambientalista é torturada assassinada na Bahia


A ativista ambiental baiana Rosane Santiago Silveira, 59, lutadora de causas culturais e de direitos humanos também, foi brutalmente torturada e assassinada no sul da Bahia, na cidade de Nova Viçosa no dia 29 de janeiro. Ela foi encontrada morta dentro de sua casa, com pés e mãos atados e feridos, pano em volta do pescoço (indicando estrangulamento), duas perfurações por arma branca (possivelmente faca) e uma perfuração por arma de fogo na cabeça (possivelmente por trás).
O caso foi inicialmente tratado como suposto latrocínio, embora objetos de valor, entre eles o notebook da vítima, não tenham sido levados, e dos claros indícios de tortura. O delegado Marco Antônio Neves, que chefia as investigações, alterou a hipótese para feminicídio, tortura e extermínio. A bancada do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) baiano está em contato com os responsáveis por desvendar o caso e trazer os autores do crime à justiça.
Rosane, conhecida carinhosamente por Rô Conceição, vivia há 18 anos em Nova Viçosa, onde vinha lutando para criar uma associação de proteção da ilha de Barra Velha (área de reserva ambiental extrativista) e denunciando exploração predatória nos conselhos locais e regionais. Integrava o Conselho da Reserva Extrativista de Cassurubá. Rô nasceu em Vitória em 1960, tendo passado a maior parte da vida em Belo Horizonte, onde teve três filhos.
Participou do movimento pela ocupação da moradia Borges da Costa, movimentos culturais, dos direitos humanos e sindicais. Foi criadora da cantina natural do Diretório Acadêmico do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde eram promovidos eventos artísticos, produção de alimentos conscientes e ponto de encontro de gerações de amigos e militantes. Foi sepultada no dia 31, no Bosque da Esperança em Belo Horizonte (MG).
O crime brutal reflete o início de um governo que vem extinguindo departamentos ministeriais responsáveis por questões ambientais e sinalizando flexibilização e enfraquecimento da fiscalização e penalização de crimes ambientais. Somam-se a isso as declarações dantescas do presidente eleito, de que pretende acabar com o que chamou de “ativismo ambiental xiita” e acabar com a “indústria de demarcação de terras indígenas”.
Rô Conceição junta-se às dezenas de ativistas ambientais assassinados a cada ano no Brasil. O País liderou, em 2016 e 2017, ranking de assassinatos de ativistas ambientais segundo a ONG britânica Global Witness, que relatou 57 execuções em 2017. Sua família, amigos e todos aqueles que lutam por justiça social, clamam por respostas. 
Fonte:  Site Jornalistas Livres.

II SEMINÁRIO MULHER, PODER E DEMOCRACIA

Data do Evento: 27 de mar às 10:00  e 29 de mar às 19:00   2019
Organização: Centro Cultural Justiça Federal / OAB-RJ e OAB Mulher-RJ / Mulheres que escrevem/ Rococó Clean

Mapa do Centro Cultural da Justiça Federal



O evento tem como objetivo debater reflexões sobre ideias e ações de mulheres nas áreas jurídicas, artísticas e científicas.

A programação do seminário contará com mesas-redondas, Mesas de Comunicação, roda de conversa, cine-debate etc.

As inscrições para submissão de trabalhos e para as mesas de comunicação são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 20 de março. Os interessados devem enviar suas produções para: https://goo.gl/wEGkEd

Serão concedidas horas de atividade complementar aos ouvintes que desejarem assistir ao Seminário e participar das atividades.
Para mais Informações sobre o evento, acesse:

http://www10.trf2.jus.br/ccjf/ii-seminario-mulher-poder-e-democracia/



Você estava curiosa para saber a programação completa do II Seminário Mulher, Poder e Democracia? Seguem abaixo os detalhes de cada dia do evento!
Para mais informações, acesse: https://goo.gl/wEGkEd.
 27/03 (quarta-feira)
 10h - 10h30: Mesa de Abertura
André Fontes • Presidente do Tribunal Regional da 2ª Região. 
 Reis Friede • Desembargador Federal. Diretor do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF). 
 Ana Tereza Basilio • Vice-Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, OAB-RJ.
Carmen Silvia • Juíza Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro. 
Mediadora: Maria Geralda de Miranda • Diretora Executiva do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF).

 10h40 - 12h30: Mesa "Os desafios contemporâneos das mulheres: entre Justiça e Literatura"
Vanessa Oliveira Berner • Doutora em Direito pela UFMG. Professora Titular da UFRJ.
Heloisa Helena Oliveira Buarque de Hollanda • Professora Emérita de Teoria Crítica da Cultura e Coordenadora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea, da Faculdade de Letras da UFRJ.
Ana Mafalda Leite • Professora Associada com Agregação do Departamento de Literaturas Românicas. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Mediadora: Priscila Correia • Membra da AJUFE Mulheres.

 13h - 14h: Intervalo
 14h - 17h: Mesa "Subjetividade, expressões de gênero e resistências femininas"
Bárbara Breder Machado • Professora adjunta do Departamento de Psicologia da UFF. Doutora em Ciência Política pelo PPGCP/UFF.
Heloísa Melino de Moraes • Doutoranda em Direitos Humanos, Sociedade e Arte, pesquisadora do Laboratório de Direitos Humanos da UFRJ. 
Nilza Rogéria de Andrade • Doutora em Serviço Social. Professora do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da PUC.
Mediadora: Angela Roberti • Doutora em História. Professora da UERJ e da UNIGRANRIO.

 17h: Mesas de Comunicações
 28/03 (quinta-feira)
 10h - 12h: Mesas de Comunicações
 13h - 15h: Mesa "A pluralidade dos saberes femininos: reflexão sobre direitos das mulheres"
Arlinda Cantero Dorsa • Doutora em Língua Portuguesa pela PUC-SP. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco/MS.
Talita Menezes • Professora da UFRRJ e Presidente do Fórum Regional da Leopoldina OAB-RJ.
Nataraj Trinta • Historiadora formada pela UFF e especialista em História das Mulheres e História Iconográfica Brasileira.
Julia Oliveira • Professora de Artes. Mestre em Teatro pela UNIRIO e integrante do Coletivo de Mulheres Elas Existem. 
Mediadora: Georgina de Queiroz dos Santos • Mestre em Serviço Social pela UFRJ. Assistente Social da Prefeitura do Rio de Janeiro.

 15h30 - 17h30: Mesa "As relações de gênero e raça no sistema justiça"
 Adriana Cruz • Doutora em Direito pela UERJ. Juíza titular da 5ª. Vara Federal Criminal.
Thula Rafaela de Oliveira Pires • Doutora em Direito pela PUC-Rio. Professora nos cursos de Graduação e Pós-Graduação do Departamento de Direito da PUC-Rio.
Rhaysa Sampaio Ruas da Fonseca • Bacharel em Direito pela UERJ. Pesquisadora da Anistia Internacional Brasil.
Marina Marçal do Nascimento • Mestra em Relações Étnico-Raciais pelo CEFET/RJ. Mestranda em Sociologia e Direito pela UFF. Coordenadora do Grupo de Trabalho Mulheres Negras da OAB RJ (2017-2018).
Mediadora: Caroline Rocha dos Santos • Graduada em Direito pela UFRJ. Professora de Direito da Faculdade Gama e Souza. Doutoranda em Direito da UERJ.

 29/03 (sexta-feira)
 10h - 12h: Roda de Conversa Artesanato das Mulheres Terena e Kadiwéu
Maria Augusta de Castilho • Doutora em Ciências Sociais pela USP. Pesquisadora em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco/MS.
 12h - 13h: Intervalo
 13h - 15h30: Mesa "Entre o poder a violência: sistema de justiça e feminicídio"
Ana Lucia Sabadell • Doutora em Direito na Universität des Saarlandes. Pós-doutorado na Universidade Politécnica de Atenas (Grécia). Professora titular de teoria do direito da UFRJ.
Lívia de Meira Lima Paiva • Doutoranda em Direito na linha de pesquisa Direitos Humanos, Sociedade e Arte na UFRJ. Professora efetiva do IFRJ, nas disciplinas de Gênero e Direitos Humanos.
Adriana Ramos de Mello • Juíza Titular do I Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Rio de Janeiro. TJRJ. Doutora em Direito Público e Filosofia Jurídico-política pela Universidade Autonoma de Barcelona, Espanha.
Mediadora: Nadia Xavier Moreira • Doutora em Serviço Social pela UFRJ. Assistente social militar da Marinha do Brasil.

 15h30 - 17h30: Mesa de encerramento "Entre a ética e a abertura ao pensamento poético feminista"
Priscila Menezes de Faria • Doutora em Artes Visuais pela UERJ, com período sanduíche na Universidade Paris 8.
Taís Bravo • Cofundadora da Mulheres que Escrevem. Graduada em Letras pela UFRJ.
Naide Marinho • Membro da Comissão da Mulher no IAB- RJ
Letícia Brito • Poeta e Produtora do Slam das Minas RJ.
Mediadora: Inês Tavares • Doutora em Direito e Professora da UFRJ.

ELLEN KEY - FEMINISTA E ESCRITORA SUECA

Ellen Key (Sundsholm, 11/12/849 - Estocolmo, 25/04/1926). 
A primeira defensora do prazer sexual das mulheres

Ellen Karolina Sofia Key foi uma escritora feminista da Suécia, que escreveu sobre diversos assuntos nas áreas da família, ética e educação, advogando uma nova moral para a sociedade. 
Defensora do sufrágio feminino lutou para que as mulheres suecas tivessem os mesmos direitos que os homens, de modo que seu trabalho se concentrou principalmente na educação, na liberdade pessoal e no desenvolvimento independente do ser individual.
Seu trabalho como pedagoga foi amplamente reconhecido. Seus livros e itens mais reconhecidos são: uma declaração sobre Co - educação (1888), assassinando a alma nas Escolas (1891), Educação (1897), Beleza para Todos (1899), onde Key defende o desenvolvimento de senso estético entre niñxs vegan, pois ele considerava a beleza da arte como parte essencial para a elevação da humanidade. Mas acima de tudo destaca o século das crianças (1900)

domingo, fevereiro 03, 2019

Primeira Mulher Indígena - Deputada Federal no Brasil


Joênia Wapichana, de 43 anos, é a primeira mulher indígena a ocupar o cargo de deputada federal em 194 anos de história da Câmara dos Deputados. 
“Wapichana", que ela carrega no nome, representa sua origem e a cultura de seu povo - que tem cerca de 13 mil indivíduos e vive no vale do rio Tacutu, no estado de Roraima. Esta é a segunda vez que um indígena chega à Câmara dos Deputados. O primeiro foi Mário Juruna, pelo PDT, em 1982. 
Ano passado, Joênia recebeu o prêmio principal de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU). O prêmio já foi entregue a nomes como Nelson Mandela, Martin Luther King e Malala Yousafzai. — em Brasília.

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Sabrina Bittencourt, ativista que denunciou João de Deus, se suicida



De família Mórmon, Sabrina foi abusada desde os 4 anos por integrantes da igreja frequentada pela família. Aos 16, ficou grávida de um dos estupradores e abortou. 
Bittencourt dedicou a vida a militar por vítimas de abuso e a desmascarar líderes religiosos, dentre eles Prem Baba e João de Deus. Bittencourt é uma das criadoras do “movimento” Coame, sigla para Combate ao Abuso no Meio Espiritual, plataforma que concentra denúncias de violações sexuais cometidas por padres, pastores, gurus e congêneres. Sabrina ajudou, principalmente, as vítimas de abuso sexual de João de Deus, investigando as acusações junto à imprensa. Sabrina também auxiliou a filha do próprio médium, Dalva Teixeira, na denúncia contra o pai por abuso.
Em relato em primeira pessoa feito em dezembro de 2018 à Marie Claire, Sabrina conta sobre a vida de abusos e como se tornou uma das principais vozes e forças de apoio a vítimas de abuso sexual, principalmente dentro de grupos religiosos. Alvo de ameaças de morte, Sabrina vivia fora do Brasil e se mudava frenquentemente.