quinta-feira, janeiro 16, 2020

MULHERES ILUSTRES - Mary Somerville

Mary Somerville

Mary Somerville, a gênio autodidata que foi declarada ‘rainha da

 ciência’ e depois caiu no esquecimento.


A jovem teve que implorar ao tutor do irmão que lhe comprasse o livro, porque na época se considerava que não era "certo" uma mulher ler "esse tipo de coisa".
Sem deixar de fazer as atividades "corretas para ela", isto é, tocando piano, pintando e arrumando roupas, Mary se dedicou a estudar álgebra. Ela lia antes de dormir — já que seus pais não viam com bons olhos seus estudos sobre o tema.
Com medo de que ela acabasse "em uma camisa de força", eles chegaram a tirar a vela que mantinham em seu quarto para impedi-la de ler à noite. No escuro, Mary revisava mentalmente os seis primeiros livros de Euclides até sentir que os sabia de cor.

O primo errado

O casamento de Mary com Samuel Grieg, um primo distante, foi arranjado por seus pais. A união foi desastrosa para sua vida intelectual.
Sobre o marido, escreveu que ele acreditava que as mulheres tinham baixa capacidade intelectual e "não tinha nenhum conhecimento ou interesse em ciência de nenhum tipo".
O casal foi morar em Londres e teve dois filhos. Grieg morreu em 1808, quando Mary tinha 28 anos.
Após sua morte, ela voltou para a Escócia e, embora estivesse amamentando, tinha muito tempo para retomar seus estudos, conforme escreveu na época.
"Estudei trigonometria plana e esférica, seções cônicas e astronomia de (James) Fergusson."

O primo certo

Em Edimburgo, Mary finalmente começou a encontrar pessoas com as mesmas afinidades.
Ela ganhou uma medalha de prata por resolver um problema publicado em uma revista de matemática, levantado por William Wallace, que se tornaria o primeiro professor de matemática da Universidade de Edimburgo.
Ele foi um dos matemáticos respeitados com quem ela se correspondia.
Mary também conheceu pessoas com novas teorias sobre o mundo natural, estendeu seus estudos para astronomia, química, geografia, microscopia, eletricidade e magnetismo e usou a herança que recebeu de Grieg para comprar uma biblioteca de livros científicos.
Quando conheceu seu segundo marido, William Somerville, já estava claro que ela era uma pessoa excepcional.
Somerville também era seu primo e médico, mas, diferentemente de Grieg, tinha uma mente curiosa e estava encantado por ter encontrado uma esposa tão inteligente.
Ele e seus pais incentivaram a pesquisa científica de Mary.