domingo, agosto 18, 2019

Mulheres indiana foram fundadora do movimento contra a violência sobre a Mulher

Vestidas de rosa e com bastões na mão, indianas criam grupo de autodefesa contra machismo


Uma curiosidade é que o rosa não tem a ver com a questão feminina. “Queríamos ter algo que não tivesse relação com os partidos [políticos] e nenhum usa rosa. Por isso escolhemos essa cor”, explica Pal Devi.


Entre o Taj Mahal e a cidade de Varanasi, o histórico de mulheres agredidas e humilhadas passa de milhões. E além de violadas são obrigadas pelo estado hindu de Uttar Pradesh a permanecerem caladas.
Para ter ideia, na cidade 38% das mulheres sofreram algum tipo de abuso físico ou sexual, de acordo com a Terceira Pesquisa Nacional Sobre Saúde Doméstica, de 2006.
Há 30 anos, Phoolan Dev, uma mulher de baixa casta, resolveu se vingar de seus estupradores e assim tornou-se a “rainha dos bandidos”. Isso a tornou conhecida e anos depois se tornaria Deputada. Mas, durante seu mandato em plena democracia, foi morta a tiros.
Isso que Phoolan viveu bastante se considerar todas as meninas que morrem “acidentalmente” queimadas, afogadas ou golpeadas logo que nascem.
Porém, em 1980, Sampat Pal Devi aos 16 anos resolver vingar o marido abusivo de uma conhecida e, após reunir um grupo de mulheres, bateram no homem. Esse acontecimento foi o começo de um movimento que inspira mulheres em todo o mundo.
Hoje, aos 51 anos, Sampat comanda o Gulabi Gang (Gangue de Rosa), um grupo com pouco mais de 270 mil mulheres vestidas com saris rosas e armadas com lathis (bastões de madeira de um metro e meio de largura).
O principal objetivo do grupo é mediar conflitos domésticos, arrumando casamentos, denunciando a corrupção de burocratas e, se necessário, usando lathis para revidar abusos.
“Normalmente prefiro usar a razão”, afirma Sampat. “É melhor convencê-los a fazer o correto. Quase nunca tivemos de chegar a usar a violência”.
Uma curiosidade é que o rosa não tem a ver com a questão feminina. “Queríamos ter algo que não tivesse relação com os partidos [políticos] e nenhum usa rosa. Por isso escolhemos essa cor”, explica Pal Devi.
Além da autodefesa, em 2010, elas utilizaram as doações e criaram uma escola para os filhos das castas mais baixas e os povos indígenas do país. “As mulheres das comunidades têm de estudar e se tornar independentes para decidir suas vidas”, disse ao The Guardian.
Outra de suas lutas é para acabar com casamentos infantis. Para isso, capacitam jovens a usarem máquinas de costura.  também ensinam a fazer pratos feitos com folhas de árvore, que são bastante populares em festas e bodas, e hoje fornecem trabalho para mais de 200 mulheres diariamente.
Mas a fama trouxe acusações e ela chegou a ser destituída de sua posição. “As acusações contra mim não têm fundamento e eu responderei a elas… Tenho sido uma lutadora e vou superar isso também”, Sampat declarou à imprensa.
Mas após meses foi restituída. E assim, mais uma nova etapa no grupo começou, agora com núcleos em várias cidades. “A missão da gangue é erradicar os males sociais e questionar o sistema de castas, dar poder às mulheres e lutar pelos direitos dos pobres”, explica.
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Fonte: OperaMundi / Fotos: Divulgação

Vógleira está disponível no YouTube https://youtu.be/I0SXbYdsAac Espero que gostem BJS



https://youtu.be/I0SXbYdsAa