quinta-feira, março 18, 2021

Lendas portuguesas que tem a mulher como protagonista

Brites de Almeida - A Padeira de Aljubarrota


Foi uma figura lendária e heroína portuguesa, cujo nome anda associado à vitória dos portugueses, contra as forças castelhanas, na batalha de Aljubarrota (1385). Com a sua pá de padeira, teria matado sete castelhanos que encontrara escondidos num forno. 

A lenda contada no Wikipédia

Brites de Almeida teria nascido em Faro em 1350, de pais pobres e de condição humilde, donos de uma pequena taberna. A lenda conta que desde pequena, Brites se revelou uma mulher corpulenta, ossuda e feia, de nariz adunco, boca muito rasgada e cabelos crespos. Estaria então talhada para ser uma mulher destemida, valente e, de certo modo, desordeira.

Teria 6 dedos em cada mão, o que teria alegrado os pais, pois julgaram ter em casa uma futura mulher muito trabalhadora. Contudo, isso não teria sucedido, sendo que Brites teria amargurado a vida dos seus progenitores, que faleceriam precocemente. Aos 26 anos ela estaria já órfã, facto que se diz não a ter afligido muito.

Vendeu os poucos haveres que possuía, resolvendo levar uma vida errante, negociando de feira em feira. Muitas são as aventuras que supostamente viveu, da morte de um pretendente no fio da sua própria espada, até à fuga para Espanha a bordo de um batel assaltado por piratas argelinos que a venderam como escrava a um senhor poderoso da Mauritânia

Acabaria, entre uma lendária vida pouco virtuosa e confusa, por se fixar em Aljubarrota, onde se tornaria dona de uma padaria e tomaria um rumo mais honesto de vida, casando com um lavrador da zona. Encontrar-se-ia nesta vila quando se deu a batalha entre portugueses e castelhanos Derrotados os castelhanos, sete deles fugiram do campo da batalha para se albergarem nas redondezas. Encontraram abrigo na casa de Brites, que estava vazia porque Brites teria saído para ajudar nas escaramuças que ocorriam.

Quando Brites voltou, tendo encontrado a porta fechada, logo desconfiou da presença de inimigos e entrou alvoroçada à procura de castelhanos. Teria encontrado os sete homens dentro do seu forno, escondidos. Intimando-os a sair e a renderem-se, e vendo que eles não respondiam pois fingiam dormir ou não entender, bateu-lhes com a sua pá, matando-os. De seguida, tê-los-ia cozido, no seu forno, juntamente com o pão com chouriço. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituído uma espécie de milícia que perseguia os inimigos, matando-os sem dó nem piedade.

Os historiadores possuem em linha de conta que Brites de Almeida se trata de uma lenda mas, assim mesmo, é inegável que a história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária portuguesa, uma heroína celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais.

segunda-feira, fevereiro 01, 2021

quarta-feira, janeiro 13, 2021

Assista o documentário sobre o processo criativo de Dona Isabel, artesã do Vale do Jequitinhonha



E foi assim que seu trabalho passou a se tor


sexta-feira, dezembro 04, 2020

UMA GUERREIRA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E DE GÊNERO

 

Esta é Susie King Taylor, sua história se baseia em superações e conquistas pela liberdade e educação diante das adversidades do período escravocata norte-americano no século XIX.
Ela lutou ao lado de seu marido na Guerra civil, foi enfermeira, professora e escritora, se tornando pioneira na enfermagem, educação e na literatura. Apenas aos 14 anos, ela foi a primeira mulher afro-americana a ensinar abertamente em uma escola para homens livres, a primeira enfermeira do exército formado por afro-americanos e a primeira e única mulher afro-americana a publicar um livro de memórias relacionado as experiências da Guerra civil.
Nascida como escrava em 1848, Susie King Taylor viveu em uma uma fazenda na propriedadende Valentine Gres, na Geórgia. Aos sete anos idade, Susie foi autorizada pelo seu dono de que fosse morar com a sua avó, Dolly, em Savannah. Apesar das duras leis da Geórgia contra a educação formal de afro-americanos, Dolly apoiou a educação de Susie, mandando-a secretamente para uma escola ilegal administrada por uma mulher afro-americana livre, a Sra. Woodhouse. Depois de aprender tudo o que podia com a Sra. Woodhouse, ela continuou sua educação sob a tutela de vários professores, tanto brancos quanto negros os quais violavam conscientemente as restrições e os costumes da época.
Sua educação terminou quando ela foi forçada a voltar para sua mãe próximo ao Forte Pulaski, controlado pelos confederados, depois que sua avó foi presa por cantar hinos pela Liberdade em uma igreja. Após retornar, o forte Pulaski foi invadido pela União e Susie conseguiu fugir com seu tio e, com a proteção da União, foram morar na Ilha St. Simons, na costa sul da Geórgia, junto com outras centenas de refugiados anteriormente escravos. Lá, Susie se tornou livre e impressionou os oficiais comandantes com sua habilidade de ler e escrever. Assim, recebeu a oferta de administrar uma escola para crianças e adultos na ilha. Com apenas 14 anos Susie se tornou a primeira professora negra a educar abertamente afro-americanos na Geórgia.
O coronel abolicionista da unidade, Thomas Wentworth Higginson, escreveu mais tarde sobre Susie: "Seu amor pelo livro de ortografia é perfeitamente inesgotável". Naquele mesmo ano, Susie se casou com Edward King, um oficial negro do 33º Regimento de Infantaria de Homens afro-americanos dos Estados Unidos, e começou a servir como enfermeira e lavadeira. Fora do horário de expediente, ela ensinava os soldados a ler e escrever e, de acordo com suas memórias, “... aprendi a manejar muito bem um mosquete ... e sabia atirar em linha reta e, muitas vezes, acertar o alvo”.
Por quatro anos e três meses, ela serviu o exército da União sem remuneração. Susie e Edward permaneceram com o 33º Regimento até serem reunidos no final da guerra. Em 1866, Susie e Edward se mudaram para Savannah, onde ela abriu uma escola para crianças afro-americanas. Edward morreu (causa da morte não mencionada) alguns meses antes de seu primeiro filho nascer. Susie trabalhou como educadora por vários anos. Porém, pela falta de renda para escolas públicas recém inauguradas, Susie foi forçada a trabalhar como empregada doméstica com uma família rica para sobreviver.
Em 1874, ela se mudou para Boston e lá se casou com Russel Taylor, em 1879. Ela dedicou grande parte do resto de sua vida ao trabalho com o Woman’s Relief Corps, uma organização nacional para veteranas da Guerra Civil. Ela morreu em 1912, dez anos após publicar suas memórias no livro - Reminiscences of My Life in Camp with the 33rd United States Colored Troops, Late 1st S.C. Volunteers.
Embora reconhecesse o racismo que persistiu décadas após o fim da Guerra Civil, ela relata uma nota positiva: “Que revolução maravilhosa! Em 1861, os jornais sulistas estavam cheios de anúncios de 'escravos', mas agora, apesar de todos os obstáculos e 'problemas raciais', meu povo está se esforçando para atingir o padrão completo de todas as outras raças nascidas livres aos olhos de Deus, e em várias instâncias foram bem-sucedidas. Justiça que pedimos - ser cidadãos destes Estados Unidos, onde tantos de nosso povo derramaram seu sangue com seus camaradas brancos, para que as estrelas e listras nunca sejam poluídas”.
Texto: Luiz Zanfelici

domingo, novembro 22, 2020

sexta-feira, novembro 20, 2020

As Riquezas Humanas do Sertão: Mulher na Literatura

 

Raquel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras

O nordestino tem motivos de sobra para se orgulhar do Nordeste.

A escritora Rachel de Queiroz, cearense, nascida em Fortaleza, em 17 de novembro de 1910, foi a primeira mulher a assumir uma cadeira na ABL - Academia Brasileira de Letras.

Hoje, se Rachel de Queiroz estivesse viva, estaria completando 110 anos de idade.

Um detalhe curioso: ela assumiu a cadeira nº 5 na ABL no dia 4 de novembro de 1977 e faleceu 26 anos depois no mesmo dia: 4 de novembro de 2003, 13 dias antes de completar 93 anos.

Foi a “Quinta ocupante da Cadeira 5, eleita em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Candido Motta Filho e recebida pelo Acadêmico Adonias Filho em 4 de novembro de 1977.”

O QUINZE, seu primeiro livro lançado no final de 1930. Esse título – O QUINZE – está relacionado ao ano de 1915, onde a escritora presenciou os horrores da seca e em virtude desse mal que sempre assolou o Nordeste, mudou-se em 1917 - o cenário ainda não tinha mudado - para o Rio de Janeiro, com os pais. Já havia na sua memória informações suficientes para escrever a sua primeira e mais famosa obra literária.

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FAZENDA NÃO ME DEIXES: pertencente a família da escritora. Situada no distrito de Daniel de Queiroz (pai de Rachel de Queiroz), município de Quixadá, Ceará.


 COMO SURGIU ESSE NOME:

“Não Me Deixes é uma fazenda localizada no distrito de Daniel de Queiroz , município de Quixadá .Em 1870, o tio-avô de Rachel de Queiroz, o fazendeiro Arcelino de Queiroz, deu de herança a terra para um primo da escritora que preferiu vendê-la para se aventurar na extração da borracha, no Amazonas. Quando o tio soube, conseguiu recuperar a fazenda e devolveu para o herdeiro que voltou pobre e doente. Mas o fez prometer que não sairia mais do local e o batizaria de "Não Me Deixes". Quando o proprietário da fazenda morreu não tinha filhos e a terra voltou para as mãos do avô de Rachel que a deu de herança ao pai da escritora, Daniel de Queiroz Lima. Por iniciativa desta, parte da fazenda foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural.”

“A Fazenda Não Me Deixes, enquanto recanto preferido da escritora - falecida em 2003 e, embora natural de Fortaleza, com forte apego a Quixadá, município em que construiu a morada em questão - abriga memórias vivas da primeira mulher a adentrar a Academia Brasileira de Letras. Cada cômodo da casa sinaliza o aconchego que a autora transmitia, a paz de estar bem. Lá, é como que se o tempo, sossegado, esperasse.”

Rachel de Queiroz, uma grande mulher, uma grande escritora, uma grande nordestina.

Disponível em: <https://www.academia.org.br/aca…/rachel-de-queiroz/biografia> Acesso em: 17 de novembro de 2020.

Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo.html…> Acesso em: 17 de novembro de 2020.

Disponível em: <https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/…/fazenda-nao-m…> Acesso em: 17 de novembro de 2020.