domingo, janeiro 28, 2018

Mulheres São Capazes de Tudo!!!!!

Água Viva pelas mãos das mulheres: 
  a construção da tecnologia de reuso de água e a convivência com o Semiárido.
Depois das oficinas de construção do filtro de reuso da água cinza, do projeto Água Viva do Centro Feminista, em Tibau e Rosado, chegou a vez de Upanema. Treze mulheres do Projeto de Assentamento Monte Alegre estão aprendendo a construir os seus próprios filtros de reuso de água.
O projeto Água Viva é uma tecnologia social desenvolvida a partir da auto-organização das mulheres em resposta à necessidade de armazenamento e reuso de água para estimular a produção das agricultoras em seus quintais objetivando o desenvolvimento de autonomia, soberania alimentar, produção agroecológica, economia solidária e uma melhor convivência com o semiárido. Uma tecnologia simples que consiste em filtrar a água do consumo doméstico – da lavagem de louças, roupas e do banho – tornando-a boa para regar frutíferas e hortaliças cultivadas pelas mulheres.
Antes de chegar ao seu destino final, a água que seria descartada passa por um processo de purificação por meio de filtros orgânicos, caixas e tubos instalados nas propriedades. A filtragem é feita com a utilização de produtos extraídos da região, como a palha de carnaúba e a fibra do coco triturada. Depois disso, o sistema de irrigação das hortaliças ocorre por meio de gotejamento.
Para além da utilização, o Centro Feminista está capacitando grupos de mulheres para que elas mesmas se apropriem ainda mais da tecnologia e construam seus próprios filtros. A capacitação está sendo facilitada por Lindinalva Martins que tem experiência como cisterneira: “os primeiros filtros foram construídos de alvenaria, mas nós elaboramos, a partir da experiência com a Articulação do Semiárido, ASA, a construção por placas, o que facilita o trabalho das mulheres”.
Através da replicação da experiência, o projeto Água Viva e a própria tecnologia está sendo aprimorada: “com a construção coletiva feita pelas próprias mulheres, uma vai aprendendo com a outra. Importante também é que estamos usando as matérias primas que existem nos locais e, além do aprimoramento dos filtros, a apropriação da técnica pelas mulheres implica diretamente no empoderamento destas e no barateamento da obra”, é o que diz Ivi Aliana, agrônoma do Centro Feminista.
“Esse filtro foi uma coisa muito boa que aconteceu pra mim. A minha produção aumentou muito. Aprender a fazer o filtro tá sendo mais um aprendizado que eu tenho certeza que vai mudar a vida de outras mulheres como mudou a minha”, é o que diz Margilânia, agricultora que já possui o Água Viva em sua casa, mas se animou para aprender a construir.
Fontes: 1  Articulação Semiárido Brasileiro
2 https://centrofeminista.com/2016/01/27/agua-viva-pelas-maos-das-mulheres-a-construcao-da-tecnologia-de-reuso-de-agua-e-a-convivencia-com-o-semiarido/

sexta-feira, janeiro 19, 2018

POESIA DA EX-MERETRIZ E EX-ALCOÓLATRA, POETA SEVERINA BRANCA


Sou da casa em que de madrugada
A criança acalenta-se ao cio
E faz sombra com a luz de um pavio
Que tem fogo amarelo igual espada
A mulher nua e fria está deitada
Ao seu lado um parceiro de aventuras
Que lhe mente a tentar fazer ternuras
Traz na bota dinheiro escondido
Que o silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Geralmente depois das oito horas
Tomo banho me arrumo no meu quarto
Para o salão toda enfeitada toda parto
Pra aceitar uns convites, e outros foras.
A cachaça e o fumo são escoras
Dando ao corpo alegrias e torturas
E as doses que eu tomo são tão puras
Que o ambiente se torna colorido
Que o silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

O pecado pra mim é testemunha
Pois ladeia o meu peito o tempo inteiro
Do primeiro ao último parceiro
Dou um nome diferente, faço alcunha.
O vermelho é perene em minha unha
Meu trabalho é melhor sendo às escuras
Sou alguém que procura umas procuras
Que navegam no rio do gemido
Que o silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras.

Mas às vezes pra cama eu vou sozinha
Procurei muitos homens não achei
E aquele que eu mais acreditei
Deu-me um “seixo” e eu paguei o quarto à Dinha
Eu já sei que é tardia a ladainha
Parecido com um pingo em pedras duras
Sou irmã, pois, do canto das loucuras
E o meu peito é acorde do alarido
Que o silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

sábado, janeiro 13, 2018

HUICHOLES - Parto Compartilhado Pelos Pais em Certos Rituais Antigos


No site da antropóloga feminista espanhola "Noemi Villaverde Maza", ela fala que em muitas sociedades existem rituais para que os homens possam participar ativamente do parto de seus filhos. essa forma de envolver o pai mais diretamente na reprodução se chama "COVADA", palavra que vem do francês e significa "incubar". 
São as tribos indígenas "HUICHOLES", do México, assim descrita por ela:
"os indios huicholes acreditam que os homens devem compartir a dor e o prazer de dar a luz. por isso o pai senta por trás da mulher que está em trabalho de parto, com uma corda amarradas aos seus testículos. essa corda fica presa aos braços da mulher. quando ela tem uma contração dolorida, mexe os braços e o marido sente a dor no próprio corpo.
a alegria dela, ao pegar na criança pela primeira vez, tambem é a alegria do pai, já que os dois fazem isso juntos".
Na foto abaixo tem um desenho da tribo, que mostra um parto Huichole:
Vejam o site, "una antrópologa en la lun. Tem outras histórias sobre costumes em vária tribos no mundo. 

Fonte: Beth Salgueiro - Facebook

segunda-feira, janeiro 08, 2018

São 45 anos que a poeta foi assassinada!



Hoje, 8 de janeiro, completam-se 45 anos de um dos mais brutais crimes políticos cometidos no Brasil. Trata-se do monstruoso assassinato da poetisa e intelectual paraguaia Soledad Barrett Viedma, ela foi cruelmente torturada e morta pela Ditadura Militar aqui mesmo em Pernambuco. Soledad estava grávida de quatro meses, e mesmo assim não foi poupada. Soledad foi encontrada nua, dentro de um barril numa poça de sangue, tendo aos pés o feto de 4 meses, expelido provavelmente durante as sessões de torturas. Este foi um dos mais hediondos crimes cometidos nos anos de chumbo da Ditadura Militar, no Brasil. Soledad recebeu quatro tiros na cabeça e apresentava marcas de algemas nos pulsos e equimoses no olho direito.

Mércia de Albuquerque Ferreira, advogada de presos políticos na época, conseguiu ter acesso aos corpos removidos para o necrotério. Sobre Soledad ela declarou, em depoimento formal:

“Ela estava com os olhos muito abertos, com expressão muito grande de terror. A boca estava entreaberta, e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade. Eu tenho a impressão de que ela foi morta, ficou algum tempo deitada e depois a trouxeram. O sangue, quando coagulou, ficou preso nas pernas, porque era uma quantidade grande. E o feto estava lá nos pés dela, não posso saber como foi parar ali ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror.”

Soledad, atuou no VPR – Vanguarda Popular Revolucionária, movimento que fazia oposição à Ditadura numa luta pela redemocratização, e que denunciava internacionalmente as práticas da torturas e assassinatos cometidos pelo regime instaurado pós 1964. A Vanguarda atuou em várias células, tendo em Olinda ponto estratégico, onde a partir de movimentos culturais expunha todo o terror ao qual o pais encontrava-se mergulhado. Soledad e outros companheiros da Vanguarda, foram mortos, pegos numa emboscada feita a partir de delação de um agente duplo infiltrado na própria Vanguarda, o Cabo Anselmo, que na ocasião militava usando o nome de “Daniel”, fato ocorrido numa chácara no Munícipio de Paulista, sendo considerado um dos crimes de maior repercussão internacional, episódio que ganhou o nome de “Chacina da Chácara de São Bento”. Na ocasião encontravam-se junto a Soledad, seus companheiros, Pauline Reichstul, Eudaldo Gómez da Silva, Jarbas Pereira Márquez, José Manoel da Silva e Evaldo Luiz Ferreira, cabe salientar que o filho que Soledad estava a esperar era de José Anselmo dos Santos ou “Cabo Anselmo” como era conhecido nos meios militares.

O último poema de Soledad Barret Viedma foi composto e endereçado para sua mãe numa forma de despedida:

Mãe, me entristece te ver assim
o olhar quebrado dos teus olhos azul céu
em silêncio implorando que eu não parta.
Mãe, não sofras se não volto
me encontrarás em cada moça do povo
deste povo, daquele, daquele outro
do mais próximo, do mais longínquo
talvez cruze os mares, as montanhas
os cárceres, os céus
mas, Mãe, eu te asseguro,
que, sim, me encontrarás!
no olhar de uma criança feliz
de um jovem que estuda
de um camponês em sua terra
de um operário em sua fábrica
do traidor na forca
do guerrilheiro em seu posto
sempre, sempre me encontrarás!
Mãe, não fiques triste,
tua filha te quer.

(Soledad Barret Viedma)

Antes, de nos posicionar admiráveis e saudosos a elogios a atos de crueldade e tortura, faz-se necessário saber que houve aqui, uma Soledad, e que sua História foi real!

- Que sua memória jamais seja esquecida!

fonte de imagem: Reprodução
texto: Olinda de antigamente

TEMPOS MUDARAM E QUE AINDA MUDARÃO MUITO


Mulheres usam shorts curtos pela primeira vez em Toronto, no Canadá, chamando a atenção masculina e causando até um leve acidente de carro, 1937.
Fonte: Faceboock - Fotos do Século 19 & 20

2018 começou com o machismo "indecoroso" assassinando mulheres

2018 - AS MULHERES CONTINUAM SENDO ASSASSINADAS EM SÉRIE NO BRASIL!
INDIGNAÇÃO POR ESSES ATOS COVARDES E QUE SÃO FRUTOS DE UMA SOCIEDADE MISÓGINA E MACHISTA!!