terça-feira, dezembro 25, 2007

Feliz Ano Novo

Feliz Ano Novo

Hoje estive pensando sobre qual poderia ser a minha mensagem de Natal e Ano Novo. Então, lembrei-me Nietzsche quando ele fala “Das Três Metamorfoses” que a humanidade passou para recriar uma nova vida em cada novo tempo .
De forma metafórica ele logo indicou de cara o espírito “CAMELO”, que por sua constituição conservadora aceita tudo que é imposição e tem a obrigação do dever fazer sem contestar jamais. Depois, o espírito vira rebelde transformando-se em “LEÃO”. É quando ele deixa de ser pau-mandado, passa a reagir e começa ser do contra. Daí em diante são criados novos valores morais e éticos.
Mas, esse espírito só chega a perfeição quando se transforma em “CRIANÇA” nascida sem culpa, sem revolta, sem nada a dever nem a pagar. Essa criança segundo Nietzsche “é um novo começo, um jogo, uma roda que gira por si mesma, um movimento inicial, um sagrado dizer sim”.

QUE NOSSO ESPÍRITO CRIANÇA PREVALEÇA NO PRÓXIMO ANO NOVO

MARIA AUREA

sábado, dezembro 22, 2007

Leia comentário de Rose Marie Muraro sobre o livro "A musa sem máscara"

“Espantoso como a música popular brasileira retrata a mulher, agindo como um espelho do seu tempo. As músicas do início do século, quase todas escritas por homens, revelam as fantasias masculinas mais comuns: a mulher masoquista, a que gosta de apanhar, a Amélia ou então a “outra”, sedutora traidora e sádica. À medida que a situação da mulher vai mudando, muda também esta imagem, até chegarmos à mulher que é sujeito de si mesma, como em Maria Maria de Milton Nascimento, por exemplo. Assim de repente isso parece óbvio, mas não é. Foi preciso o trabalho de uma mulher consciente, como Maria Áurea, para que esta imagem aparecesse em todo o seu dinamismo. Não conheço trabalho melhor dentre os inúmeros que li sobre a mulher na música popular brasileira. Certamente ele vai trazer para os estudiosos uma outra visão sobre quem escreve e quem canta a nossa música.”

sexta-feira, dezembro 21, 2007

A Musa Sem Máscara


Em 1992, lancei o livro com esse título que descrevia a imagem da mulher na música popular brasileira pela Editora Rosa dos Tempos e distribuído pela Editora Record. O marco inicial da minha análise foi a década de 30 por dois motivos fundamentais: primeiramente, o rádio como meio de comunicação popular começou a se firmar como veículo midiático. Em paralelo, por ter sido nessa mesma década que a mulher brasileira dava os primeiros passos para se firmar plenamente como cidadã. Conquistava o direito ao voto graças à luta das sufragistas. Já o marco final foi o ano de 1988 por coincidir exatamente com a promulgação da "Constituição Cidadã" aprovada depois de um longo e tenebroso período ditatorial, onde prevalecia por decreto, suspensão de todos os direitos democráticos de cidadania desfechado pelo golpe militar de 1964. Vale ressaltar que a escolha para finalizar a pesquisa deveu-se, principalmente ao fato da nova Constituição - diferente de todas as outras anteriores - contar com a palavra da mulher que mesmo tímida na sua representatividade foi demonstrativa de uma participação pública realmente efetiva e jamais vista antes na história política brasileira quando se configurou a presença de mulheres parlamentares indicadas pelo voto direto para atuar publicamente nas decisões políticas do país. Daí o slogan feminista bastante circulado na época que dizia: "Constituinte pra valer tem palavra de mulher". Era um passo a mais no avanço do empoderamento da voz da mulher repercutindo fora do espaço restrito da domesticidade. É como eu disse no livro: “Uma andorinha só, embora não faça verão, pode anunciar a proximidade dele”. Hoje, em pleno século 21 estamos ainda no dia a dia colhendo aquelas mudanças prenunciadas de um novo tempo. Enquanto isso, o verão anunciado naquela época por poucas mulheres começa a iluminar intensamente a vida de toda e qualquer mulher que siga hoje na direção de seus anseios libertários.

É isso aí! Espero a partir de agora reunir aos poucos uma rememoração de toda a caminhada das mulheres e homens para esse "novo tempo, apesar dos castigos (e) dos perigos *".

* Novo Tempo, composição: Ivan Lins / Vitor Martins - 1980

sábado, dezembro 02, 2006

Uma nova imagem de mulher

Em 1992, lancei o livro com esse título que descrevia a imagem da mulher na música popular brasileira pela Editora Rosa dos Tempos e distribuído pela Editora Record.
O marco inicial da minha análise foi a década de 30 por dois motivos fundamentais: primeiramente, o rádio, como meio de comunicação popular começou a se firmar como veículo midiático. Em paralelo, por ter sido nessa mesma década que a mulher brasileira dava os primeiros passos para se firmar plenamente como cidadã. Conquistava o direito ao voto graças à luta das sufragistas.
Já o marco final foi o ano de 1988, pois coincidia com a promulgação da mais nova Constituição feita no Brasil, depois de um longo e tenebroso período ditatorial, onde, prevalecia por decreto, suspensão de todos os direitos democráticos de cidadania, desfechado pelo golpe militar de 1964.
Vale ressaltar que, o tempo datado na pesquisa, exatamente durante a publicação "Constituição Cidadã", assim denominada, por ter se distinguido de todas as outras anteriores não só no que diz respeito ao avanço do empoderamento da voz da mulher repercutindo fora do espaço restrito da domesticidade - mesmo que tímido na sua representatividade – mas, da efetiva participação pública, jamais vista antes na história política brasileira.
A presença de mulheres parlamentares indicadas pelo voto direto para atuar publicamente nas decisões políticas do país. É como eu disse: “Uma andorinha só, embora não faça verão, pode anunciar a proximidade dele”.E, hoje estamos diante das mudanças que aquele momento prenunciava.
E não é que já chegamos na primavera de um novo tempo para todas as pessoas?!... Enquanto isso o verão anunciado por poucas mulheres começa a iluminar o assomo interminável de mulheres que seguem na direção de seus anseios libertários ruma a uma mesma reta de chegada.
Tudo isso, graças ao movimento feminista que em sua fase de engajamento militante, mais propriamente dita, não cansou de questionar em nenhum momento a distinção fundamentalizada na sociedade considerando os seus papéis sexuais, políticos e pessoais, baseados nas relações generificadas de um mundo que primava, antes de mais nada, pela desigualdade sexual.
Realmente, não se pode negar no movimento feminista