segunda-feira, dezembro 05, 2011

Mulher Índia e Relações de Gênero



O racismo étnico contra povos indígenas foi um dos capítulos mais horripilante da história do nosso país, a exemplo de muitas outras nações, cuja população nativa era de etnia indígena e foram colonizadas pelos invasores europeus.
A inclemência aos direitos indígenas no Brasil têm se arrastado ao longo do tempo desde o descobrimento no ano de 1.500 quando quase foram totalmente dizimados pelo estrangeiro branco que aqui aportou, fazendo com que as nações nativas – de diversas etnias indígenas – sofressem toda forma de violação no que diz respeito aos seus Direitos Humanos e toda sorte de discriminação cultural, social e econômica.
Porém, foram – e são ainda – as mulheres índias quem mais sentiram na pele tal estigmatização. Isso tudo, por ser além de índia, mulher.
A mulher, particularmente, não só sofre as restrições no que diz respeito aos direitos à educação, saúde e participação igual no mercado de trabalho que recaem em geral sobre todo o povo indígena. Mas ,ainda são vítimas de violação, abuso, assédio e violência sexual de maior gravidade como o assassinato em si, não só pelo homem branco como pelos próprios índios por conta da desigualdade de gênero existente em todas as raças, etnias, classe social e nacionalidade.
Daí, ser possível asseverar, com toda certeza: quando se trata do universo populacional étnico de mulheres indígenas, a índia, certamente, é muito mais rechaçada na sua condição física e dignidade moral.
Felizmente, esse panorama vem sendo transformado no campo das relações desiguais de gênero, ao vermos a mulher de etnia indígena adquirindo consciência crítica, lutando pelos seus direitos e propondo ações afirmativas pela melhoria da sua qualidade de vida.
A maior prova dessa mudança estrutural e mental está configurada no 1º CONGRESSO NACIONAL DAS MULHERES INDÍGENAS 2012 que será no Memorial da América Latina em São Paulo - Brasil.

Como esse blog tem na Música Popular Brasileira a fonte das diversas temáticas, pois bem nos mostra o imaginário coletivo contemporâneo ao tempo em que a letra foi escrita.

Segue, então, logo abaixo, uma composição de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, que bem nos mostra como a índia brasileira vem rompendo com as barreiras da servidão humana nas relações de gênero apesar de terem muitas lutas pela frente para adquirirem a cidadania plena.



Rainha Morena
Autorias:Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro
“Sou morena
A rainha morena da tribo de Iracema
Sou morena
Ando nua na selva encantada de Ipanema
Sou a índia brasileira
Tenho as pratas e os ouros das matas na bandeira
Bugigangas
Quero mesmo é as contas de vidros e as miçangas
Tenho tudo o que pedir
Segura xará que é isso aí
Voltei a falar a língua tupi
Na aldeia global que é isso aqui
Que vai do Oiapoque ao Chuí
Mesmo pobre de marré decí
Eu sou brasileira e to aí.

Sou morena
Já nasci mesmo pra ser escrava dos sistemas
Sou morena
Pouco a pouco, porém
Rebentei Minhas Algemas
Sou de Paz, mas Sou Guerreira
Devagar chego lá
Derrubando Essas Fronteiras
Tô de tanga
Mesmo assim já tô dando
O Meu Grito do Ipiranga
Quero tudo o que perdi
Eu Quero Escolher o Que Não Escolhi
Quero ser cacique guarani
Poder crer no meu pajé daquí
Ter Como Quiser Meu Bacuri
Mesmo pobre de marré decí
EU SOU BRASILEIRA E TÔ AÍ.”

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