domingo, janeiro 26, 2020

"Quem foram as mulheres da Bauhaus? Nomes femininos da influente escola alemã"





A escola de design Bauhaus estoura o champagne este ano em comemoração de seu centenário. Mas o movimento, que foi sísmico, também foi sexista e condenou as mulheres às notas de rodapé

"Cabelos curtíssimos ou raspados. Roupas diferentes. Dietas vegetarianas. Saber pintar, esculpir e tocar sax. Participar de festas do meio artístico. Há 100 anos as jovens estudantes mulheres da Bauhaus – a lendária escola alemã de design – pareciam ser tão empoderadas quando as jovens mulheres de hoje."
Foto: Arquivo/Bauhaus

"É o que as fotografias de época do Museu da Bauhaus e do Arquivo Público Walter Gropius (1883-1969) revelam.Mas não acredite no que vê. Quem planta a dúvida é a filósofa Ulrike Müller, que se debruçou sobre o tema e escreveu a respeitada obra “Mulheres da Bauhaus” (2009). A escola foi uma das primeiras do mundo a aceitar pessoas do sexo feminino, que foram maioria na instituição em seu início em 1919, totalizando 84 mulheres e 79 homens. Gropius, seu fundador, garantiu que não haveria “diferença entre o sexo belo e o sexo forte”."


Escanteadas para a tecelagem
"O esboço de uma resposta vem da historiadora e curadora de design para algumas das galerias mais famosas do mundo – como a milanesa Nilufar e a britânica Serpentine Gallery –, a inglesa Libby Sellers. Ela escreveu o livro “Mulheres do Design” (2018) e explica que isso ocorria “por medo do impacto que a presença feminina teria sobre a reputação profissional dos cursos de arquitetura e design industrial perante os olhos das indústrias, já que a intenção era produzir as peças em massa”."
"Brinquedo criado por Alma Siedhoff Buscher. Foto: Siedhoof Büscher"

"Por isso, o ingresso das mulheres começou a ser paulatinamente dificultado e elas começaram a ser escanteadas para as aulas de tecelagem, arte considerada menor na época, quisessem ou não. “Jovens brilhantes eram atraídas para Bauhaus sonhando em ser arquitetas. E só depois eram informadas de que tecelagem era a única disciplina apropriada para as mulheres”, como resume a companhia britânica de tecidos e tapetes Christopher Farr em texto oficial da exposição sobre Anni Albers no Tate Modern, em Londres, que segue até 27 de janeiro de 2020.

Isso acontecia por diversos motivos. Klee e Kandinsky associavam genialidade e criatividade somente à masculinidade, e Gropius tinha convicção de que as mulheres não tinham capacidade para lidar com
problemas que envolvessem tridimensionalidade (3D). O fundador da Bauhaus via o mundo com tamanha separação de gênero que chegou a postular que o vermelho e o triângulo eram símbolos masculinos e que o azul e o círculo eram elementos puramente femininos."
Foto: Arquivo/Bauhaus
Apesar da dificuldade gigante, algumas conseguiram conquistar fama já naquela época e foram reconhecidas por seus pares masculinos. Mas a maior parte das integrantes mulheres da escola começou a receber a atenção merecida somente há alguns anos, graças às novas abordagens da história. Conheça um pouco mais sobre algumas delas clicando no link abaixo

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