quarta-feira, maio 09, 2018

Festival de Cannes 2018 - Mulheres Negras estarão lá PROTESTANDO

Atriz Aïssa Maïga - uma das autoras do livro 

Atrizes francesas negras, escreveram um livro manifesto, Noire n’est pas mon métier (“Negra não é a minha profissão”, em tradução livre). Elas denunciam o preconceito existente na indústria cinematográfica da França que - segundo afirmam -  sempre tem menor remuneração, menos propostas de emprego, além do que, suas personagens são secundárias e  só lhes oferecem para atuar apenas  em papéis secundários ocupados por camadas menos favorecidas social e financeiramente como nos serviços domésticos e outras funções similares ao contrário das mulheres brancas, suas colegas de profissão. 
71º Festival de Cannes  ainda vai acontecer e já de agora, as dezesseis  atrizes signatárias do livro-manifesto confirmaram a presença delas no tapete vermelho de Cannes com a intenção de denunciar publicamente  sua causa por igualdade  e o fim da discriminação e desqualificação identitária  que  lhes são impostas pela indústria do audiovisual local.
Os vários  depoimentos  feitos por elas denunciam as diversas formas de racismo no cotidiano da profissão. A atriz Nadège Beausson-Diagne , por exemplo, rechaça frases recorrentes como "Felizmente você tem traços finos", "Você fala africano?", ou "Você não é clara o suficiente para interpretar uma mestiça". 
Outra das 16 autoras do livro, Aïssa Maïga (veja foto acima) diz em veemente depoimento "Nossa presença nos filmes franceses se deve frequentemente à necessidade inevitável ou anedótica de ter um personagem negro". 
Vamos, portanto, aguardar essa contudente investida de denúncia -  mais do que necessária - no próximo Festival de Cannes. 

quarta-feira, abril 18, 2018

Faleceu Dona Ivone Lara. ( 16/04/2018) A MPB está muito mais triste


O texto abaixo, que transcrevo em homenagem a essa grande artista da Música Popular Brasileira, que faleceu no dia na noite de segunda-feira  do dia 16 de abriu de 2018,  aos 97 anos, depois de três dias internada foi retirado do meu livro A musa sem máscara -  A imagem da mulher na música popular brasileira:

Dona Ivone Lara -  Filha de violonista. Começou na MPB como integrante do Bloco dos Africanos  e do Rancho Flor de Abacate. Aos seis anos ficou ficou órfã do pai e da mãe e foi internada em um colégio, onde permaneceu até os dezesseis anos. Lá aprendeu música com as professoras Lucília Guimarães Villa Lobos e Zaíra Oliveira, mulher do compositor Donga. Participou, na Rádio Tupy, do Orfeão dos Apinacás, regido por Heitor Villa Lobos. Saindo do colégio, aprendeu a tocar cavaquinho, com um tio que integrava um grupo de chorões. Começou a compor ainda menina, com doze anos. Sua primeira música foi Tiê-tiê, inspirada em um pássaro que ganhou de presente. A partir de 1945, quando começou a frequentar a Escola de Samba Prazeres de Serrinha, compôs muitos sambas que eram mostrados como se fossem dos primos também compositores, Mestre Fuleiro e Hélio. O preconceito vigente não permitia à mulher ser sambista. Mesmo assim, em 1947.  já casada com o filho do presidente da Escola, fez um samba com o título Nasci para sofrer, com o qual a agremiação desfilou no carnaval. Tornou-se assim, a primeira mulher a compor samba enredo, derrubando mais um tabu contra o sexo feminino. Obteve outra vitória na sua carreira de compositora, em 1965,  na comemoração do do quarto centenário do Rio de Janeiro; a Império Serrano ( Escola para onde havia se transferido desde o desaparecimento da Prazeres da Serrinha) escolheu sua música Os cinco bailes tradicionais da história do Rio - feita em parceria com Silas de Oliveira e Bacalhau - para ser o samba enredo daquele carnaval. Apesar de todos os seus dotes de compositora, cantora e exímia instrumentista, só em 1978, com 56 anos de idade, veio a  a ser reconhecida fora dos limites das quadras de samba. Seus maiores sucessos dessa nova fase foram os sambas Sonho meu e Alguém me avisou.  Este último com toques autobiográfico, como se pode ver na letra transcrita abaixo:

Foram me chamar
Eu estou aqui, o que é que há
Forma me chamar
Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho
Mas eu vim de lá pequenininho
Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho 
Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho
Sempre fui obediente
Mas não pude resistir
Foi numa roda de samba
Que juntei-me aos bambas
Pra me distrair
Quando eu voltar na Bahia
Terei muito que contar
Ó padrinho não se zangue
Que eu nasci no samba
E não posso parar
Foram me chamar

Eu estou aqui, o que é que há. 

quinta-feira, abril 05, 2018

Sophia de Mello Breyner Andresen -primeira mulher a receber o Prêmio Camões, em 1999

Os 15 melhores poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen
Fonte:http://notaterapia.com.br

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi um dos grandes nomes da poesia portuguesa do século XX. Destacou-se como a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, em 1999.
Frequentou o curso de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, porém acabou não concluindo. Em 1940, publicou seus primeiros versos em Cadernos de poesia. A partir de 1944, dedicou-se integralmente à literatura. Após o nascimento dos filhos, começou a escrever contos infantis. Além de literatura infantil, Sophia também escreveu contos, artigos, ensaios e traduziu obras para o francês e para o português. Em 1964, recebeu o grande prêmio de poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pela sua obra Livro Sexto (1962).
Teve atuação política como opositora do governo salazarista e fez parte dos movimentos católicos contra o antigo regime. Foi fundadora da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos e eleita para a Assembléia Constituinte pelo Partido Socialista, em 1975.
O universo temático da autora é bastante rico, abrangendo a infância e a juventude (nos primeiros poemas), o tempo, as coisas, os seres, a religiosidade e a natureza, principalmente, o mar. Sua escrita é marcada pelo lirismo e por uma linguagem intimista. Também é possível perceber a influência da literatura clássica e a aproximação com a tradição grega.

Confira alguns poemas:
O MAR DOS MEUS OLHOS

Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os homens…
Há mulheres que são maré em noites de tardes…
e calma

LIBERDADE

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Exílio

Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades

MAR SONORO

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

AS ROSAS

Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.

A PAZ SEM VENCEDOR E SEM VENCIDOS

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ter melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos.

A paz sem vencedor e sem vencidos

OS DEUSES

Nasceram, como um fruto, da paisagem.
A brisa dos jardins, a luz do mar,
O branco das espumas e o luar
Extasiados estão na sua imagem.

Data

Tempo de solidão e de incerteza
Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação
Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo que mata quem o denuncia
Tempo de escravidão
Tempo dos coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rastro
Tempo da ameaça

Pudesse eu

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!


MAR
I
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
II
Cheiro a terra as árvores e o vento
Que a Primavera enche de perfumes
Mas neles só quero e só procuro
A selvagem exalação das ondas
Subindo para os astros como um grito puro.

Inicial
O mar azul e branco e as luzidias
Pedras: O arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida
Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida.


Ausência

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num País sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.


Poema de amor de António e Cleópatra

Pelas tuas mãos medi o mundo
E na balança pura dos teus ombros
Pesei o ouro do Sol e a palidez da Lua.

Os ritmos
Inventei a dança para me disfarçar.
Ébria de solidão eu quis viver.
E cobri de gestos a nudez da minha alma
Porque eu era semelhante às paisagens esperando
E ninguém me podia entender.

Poema Azul

O mar beijando a areia
O céu e a lua cheia
Que cai no mar
Que abraça a areia
Que mostra o céu
E a lua cheia
Que prateia os cabelos do meu bem
Que olha o mar beijando a areia
E uma estrelinha solta no céu
Que cai no mar
Que abraça a areia
Que mostra o céu e a lua cheia
um beijo meu

quarta-feira, abril 04, 2018

04 de abril - Dia do Nascimento da Poeta / Escritora Maya Angelou

Maya Angelou é o pseudônimo de Marguerite Ann Johnson,  nascida nos Estados Unidos, na cidade ST. Louis - Missouri, no ano de 1928. Morreu em 28 de maio de 2014.
Além de escritora foi historiadora e ativista política, dançarina, atriz, cantora, compositora, encenadora, produtora de TV, roteirista de cinema em Hollyhood e professora universitária.
Aos 17anos, ela tornou-se a primeira motorista negra de ônibus na cidade de São Francisco.
Nos anos 60 trabalhou com os grandes amigos Martin Luther King e Malcolm X para o Movimento de Direitos Civis.
Ficou conhecida e muito famosa pelos  seus trabalhos literários autobiográficos.
Suas publicações literárias inclui mais de 30 livros.
A sua obra mais conhecida e renomada é: Carta à minha filha : um legado inspirador para todas as mulheres que amam, sofrem e lutam pela vida.
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sábado, março 10, 2018

Como foi o Dia Internacional da Mulher de 2018 no Mundo Inteiro

Fonte:  

Uma mobilização feminista 

de alcance global


Protesto pelo Dia Internacional da Mulher 2018 

foi especialmente relevante na Espanha e 

fez muito ruído mesmo na Argentina e Turquia. 

Manifestação também teve eco na França e Itália, 

e eventos do Brasil à Arábia Saudita.

Mulheres reunidas na Plaza de Cibeles, em Madri, na Espanha.  EL PAÍS


Miles de personas se manifiestan por una de las principales avenidas de Estambul (Turquía), este jueves. GETTY IMAGES
Manifestación por el Día Internacional de la Mujer, este jueves en Londres. REUTERS
Mulheres se manifestam na avenida Paulista, em São Paulo, nesta quinta-feira. 
 (AFP)
Mulheres manifestantes, nesta quinta-feira em Buenos Aires. 
 (AFP)
Manifestação desta quinta-feira na Cidade do México. 
 (AFP)






quinta-feira, março 08, 2018

A LUTA FEMINISTA AINDA NÃO ACABOU

Nesse 8 de março, é bom lembrar que os avanços obtidos pelo feminismo não alcançam todas as mulheres da mesma forma. A maior parte das mulheres negras brasileiras ainda está muito longe das mulheres brancas em termos de renda, escolaridade, bem estar, condições de saúde e, sim, direito à vida: elas constituem cerca de 80% das mulheres assassinadas em Pernambuco. É por isso que o alerta de Ivana Driele faz completo sentido:
"Em 8 de Março de 1857 as mulheres negras ainda eram escravizadas nos EUA, Brasil, e estavam sob regime colonial na África. 
Minhas alunas são 90% negras e eu tenho OBRIGAÇÃO de dizer isso a elas. Tenho obrigação de dizer que se elas tivessem nascido em 1857 elas seriam escravas, não operárias. Amanhã o tom vai ser esse. Que todas sejamos livres do machismo, mas que aprendamos cada dia mais olhar pra NOSSA história sem peso do eurocentrismo."

Foto do livro Mulheres Negras do Brasil, de Schuma Schumaher e Èrico Vital Brasil. 2007.

quarta-feira, março 07, 2018

Protagonismo da Mulher na Literatura: Joyce Carol Oates

Joyce Carol Oates - considerada por sua obra romancista feminista, nasceu em 1938, na pequena comunidade rural de Millesport, a norte da cidade de Bufallo, estado de Nova Iorque. Filha de um designer de objetos em metal e de uma doméstica com ascendência húngara.  Cresceu também na companhia da avó paterna, Blanche, cujas biografia e ascendência judaica serviram de base para o romance A Filha do Coveiro (JCO diz não conseguir lê-lo, sem ficar com os olhos cheios de lágrimas!). Decidiu a publicar seus romances - que já escrevia muitos anos atrás - aos 25 anos anos e estreou-se como escritora, com o livro de contos By the North Gate. Na sua obra futura, permaneceriam sempre latentes as memórias familiares e a infância (pobre, mas feliz; a minha escrita teria sido completamente diferente, se eu tivesse uma origem urbana ou de classe média-alta)Como já a sua mãe o fizera. Joyce estudou na pequena sala de aulas da comunidade, dirigida por uma professora «heroica, uma espécie de amazonas». Depois, tornou-se o primeiro elemento da família a completar o liceu e uma licenciatura (na Universidade de Wisconsin).  Publicou mais de 40 romances em nome próprio, oito como Rosamond Smith, três como Lauren Kelly, 11 novelas, 36 antologias de contos, 14 livros de ensaio, nove de teatro, nove infanto-juvenis e oito de poesia. 
Desde sempre, tudo o que Joyce Carol Oates escreve suscita, em simultâneo, os entusiasmos mais efusivos e as críticas mais virulentas. A única exceção surgiu logo no início da carreira, em 1966, com aquela que se mantém a sua ficção mais aclamada: «Where are you going, where have you been», sobre Connie, uma moça de 15 anos que abandona a casa dos pais, seduzida e ameaçada por um homem adulto, personagem inspirada no serial killer Charles Schmid. Escrito após a autora ter escutado a canção It’s All Over Now, Baby Blue, de Bob Dylan, este pequeno conto enigmático,  foi dedicado ao cantor e adaptado ao cinema em 1985. 

terça-feira, fevereiro 27, 2018

Dinastia pré-colombiana descoberta por arqueólogos

Fonte http://m.folha.uol.com.br
REINALDO JOSÉ LOPES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Análises de DNA acabam de revelar um caso relativamente raro de poder feminino numa das sociedades mais enigmáticas da América pré-colombiana.
No túmulo que abrigava a elite de Pueblo Bonito, cidadela com cerca de mil anos de idade construída no deserto do Novo México (EUA), só podiam ser enterradas pessoas que pertenciam a uma dinastia materna específica, afirmam pesquisadores.
"Estamos falando de uma linhagem importante que existiu por pelo menos umas dez gerações entre os anos 800 e 1130 d.C. Alguns desses indivíduos tinham parentesco próximo entre si, outros eram parentes mais distantes uns dos outros, mas todos descendiam de uma fundadora do sexo feminino que viveu antes do ano 800", explicou à Folha o coordenador do estudo, Douglas Kennett, do Departamento de Antropologia da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA).
Foto: Douglas Kennett/Penn State University
Pueblo Bonito, cidade com cerca de mil anos construída no deserto do Novo México

sábado, fevereiro 24, 2018

Hoje comemoramos Conquista do Voto da Mulher no Brasil

Instituído no Calendário Oficial do Governo Federal pela Lei nº 13.086 de 2015, o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil celebra um dos maiores avanços nos direitos políticos da história do país: a garantia do voto das mulheres em 1932, no governo de Getúlio Vargas, por intermédio do código eleitoral.
Garantindo os fundamentos para que – 78 anos e dois regimes ditatoriais mais tarde – a primeira mulher fosse eleita para a Presidência da República, a abertura ao sufrágio feminino é um entre vários avanços institucionais demonstrando que a democracia não nasce pronta, mas se faz e se aprimora a cada novo dia.

segunda-feira, fevereiro 19, 2018

Aniversário de Toni Morrison (Lorain - 18 de fevereiro de 1931)

Toni Morrison, a primeira mulher negra Nobel de Literatura


Recebeu o Nobel de Literatura de 1933, por seus romances fortes e pungentes, que relatam as experiências de mulheres negras nos Estados Unidos durante os séculos XIX e XX. Seu livro de estreia, O olho mais azul (1970), é um estudo sobre raça, gênero e beleza — temas recorrentes em seus últimos romances. Despertou a atenção da crítica internacional com Song of Solomon (1977). Amada(1987), o primeiro romance de uma trilogia que inclui Jazz (1992) e Paraíso (1997), ganhou o Prêmio Pulitzer de  Melhor Ficção  e foi escolhido pelo jornal americano The New York Times como “a melhor obra da ficção americana dos últimos 25 anos”. Morrison escreveu peças, ensaios, Literatura Infantil e um libreto de ópera.

domingo, janeiro 28, 2018

Mulheres São Capazes de Tudo!!!!!

Água Viva pelas mãos das mulheres: 
  a construção da tecnologia de reuso de água e a convivência com o Semiárido.
Depois das oficinas de construção do filtro de reuso da água cinza, do projeto Água Viva do Centro Feminista, em Tibau e Rosado, chegou a vez de Upanema. Treze mulheres do Projeto de Assentamento Monte Alegre estão aprendendo a construir os seus próprios filtros de reuso de água.
O projeto Água Viva é uma tecnologia social desenvolvida a partir da auto-organização das mulheres em resposta à necessidade de armazenamento e reuso de água para estimular a produção das agricultoras em seus quintais objetivando o desenvolvimento de autonomia, soberania alimentar, produção agroecológica, economia solidária e uma melhor convivência com o semiárido. Uma tecnologia simples que consiste em filtrar a água do consumo doméstico – da lavagem de louças, roupas e do banho – tornando-a boa para regar frutíferas e hortaliças cultivadas pelas mulheres.
Antes de chegar ao seu destino final, a água que seria descartada passa por um processo de purificação por meio de filtros orgânicos, caixas e tubos instalados nas propriedades. A filtragem é feita com a utilização de produtos extraídos da região, como a palha de carnaúba e a fibra do coco triturada. Depois disso, o sistema de irrigação das hortaliças ocorre por meio de gotejamento.
Para além da utilização, o Centro Feminista está capacitando grupos de mulheres para que elas mesmas se apropriem ainda mais da tecnologia e construam seus próprios filtros. A capacitação está sendo facilitada por Lindinalva Martins que tem experiência como cisterneira: “os primeiros filtros foram construídos de alvenaria, mas nós elaboramos, a partir da experiência com a Articulação do Semiárido, ASA, a construção por placas, o que facilita o trabalho das mulheres”.
Através da replicação da experiência, o projeto Água Viva e a própria tecnologia está sendo aprimorada: “com a construção coletiva feita pelas próprias mulheres, uma vai aprendendo com a outra. Importante também é que estamos usando as matérias primas que existem nos locais e, além do aprimoramento dos filtros, a apropriação da técnica pelas mulheres implica diretamente no empoderamento destas e no barateamento da obra”, é o que diz Ivi Aliana, agrônoma do Centro Feminista.
“Esse filtro foi uma coisa muito boa que aconteceu pra mim. A minha produção aumentou muito. Aprender a fazer o filtro tá sendo mais um aprendizado que eu tenho certeza que vai mudar a vida de outras mulheres como mudou a minha”, é o que diz Margilânia, agricultora que já possui o Água Viva em sua casa, mas se animou para aprender a construir.
Fontes: 1  Articulação Semiárido Brasileiro
2 https://centrofeminista.com/2016/01/27/agua-viva-pelas-maos-das-mulheres-a-construcao-da-tecnologia-de-reuso-de-agua-e-a-convivencia-com-o-semiarido/

sexta-feira, janeiro 19, 2018

POESIA DA EX-MERETRIZ E EX-ALCOÓLATRA, POETA SEVERINA BRANCA


Sou da casa em que de madrugada
A criança acalenta-se ao cio
E faz sombra com a luz de um pavio
Que tem fogo amarelo igual espada
A mulher nua e fria está deitada
Ao seu lado um parceiro de aventuras
Que lhe mente a tentar fazer ternuras
Traz na bota dinheiro escondido
Que o silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Geralmente depois das oito horas
Tomo banho me arrumo no meu quarto
Para o salão toda enfeitada toda parto
Pra aceitar uns convites, e outros foras.
A cachaça e o fumo são escoras
Dando ao corpo alegrias e torturas
E as doses que eu tomo são tão puras
Que o ambiente se torna colorido
Que o silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

O pecado pra mim é testemunha
Pois ladeia o meu peito o tempo inteiro
Do primeiro ao último parceiro
Dou um nome diferente, faço alcunha.
O vermelho é perene em minha unha
Meu trabalho é melhor sendo às escuras
Sou alguém que procura umas procuras
Que navegam no rio do gemido
Que o silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras.

Mas às vezes pra cama eu vou sozinha
Procurei muitos homens não achei
E aquele que eu mais acreditei
Deu-me um “seixo” e eu paguei o quarto à Dinha
Eu já sei que é tardia a ladainha
Parecido com um pingo em pedras duras
Sou irmã, pois, do canto das loucuras
E o meu peito é acorde do alarido
Que o silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

sábado, janeiro 13, 2018

HUICHOLES - Parto Compartilhado Pelos Pais em Certos Rituais Antigos


No site da antropóloga feminista espanhola "Noemi Villaverde Maza", ela fala que em muitas sociedades existem rituais para que os homens possam participar ativamente do parto de seus filhos. essa forma de envolver o pai mais diretamente na reprodução se chama "COVADA", palavra que vem do francês e significa "incubar". 
São as tribos indígenas "HUICHOLES", do México, assim descrita por ela:
"os indios huicholes acreditam que os homens devem compartir a dor e o prazer de dar a luz. por isso o pai senta por trás da mulher que está em trabalho de parto, com uma corda amarradas aos seus testículos. essa corda fica presa aos braços da mulher. quando ela tem uma contração dolorida, mexe os braços e o marido sente a dor no próprio corpo.
a alegria dela, ao pegar na criança pela primeira vez, tambem é a alegria do pai, já que os dois fazem isso juntos".
Na foto abaixo tem um desenho da tribo, que mostra um parto Huichole:
Vejam o site, "una antrópologa en la lun. Tem outras histórias sobre costumes em vária tribos no mundo. 

Fonte: Beth Salgueiro - Facebook

segunda-feira, janeiro 08, 2018

São 45 anos que a poeta foi assassinada!



Hoje, 8 de janeiro, completam-se 45 anos de um dos mais brutais crimes políticos cometidos no Brasil. Trata-se do monstruoso assassinato da poetisa e intelectual paraguaia Soledad Barrett Viedma, ela foi cruelmente torturada e morta pela Ditadura Militar aqui mesmo em Pernambuco. Soledad estava grávida de quatro meses, e mesmo assim não foi poupada. Soledad foi encontrada nua, dentro de um barril numa poça de sangue, tendo aos pés o feto de 4 meses, expelido provavelmente durante as sessões de torturas. Este foi um dos mais hediondos crimes cometidos nos anos de chumbo da Ditadura Militar, no Brasil. Soledad recebeu quatro tiros na cabeça e apresentava marcas de algemas nos pulsos e equimoses no olho direito.

Mércia de Albuquerque Ferreira, advogada de presos políticos na época, conseguiu ter acesso aos corpos removidos para o necrotério. Sobre Soledad ela declarou, em depoimento formal:

“Ela estava com os olhos muito abertos, com expressão muito grande de terror. A boca estava entreaberta, e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade. Eu tenho a impressão de que ela foi morta, ficou algum tempo deitada e depois a trouxeram. O sangue, quando coagulou, ficou preso nas pernas, porque era uma quantidade grande. E o feto estava lá nos pés dela, não posso saber como foi parar ali ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror.”

Soledad, atuou no VPR – Vanguarda Popular Revolucionária, movimento que fazia oposição à Ditadura numa luta pela redemocratização, e que denunciava internacionalmente as práticas da torturas e assassinatos cometidos pelo regime instaurado pós 1964. A Vanguarda atuou em várias células, tendo em Olinda ponto estratégico, onde a partir de movimentos culturais expunha todo o terror ao qual o pais encontrava-se mergulhado. Soledad e outros companheiros da Vanguarda, foram mortos, pegos numa emboscada feita a partir de delação de um agente duplo infiltrado na própria Vanguarda, o Cabo Anselmo, que na ocasião militava usando o nome de “Daniel”, fato ocorrido numa chácara no Munícipio de Paulista, sendo considerado um dos crimes de maior repercussão internacional, episódio que ganhou o nome de “Chacina da Chácara de São Bento”. Na ocasião encontravam-se junto a Soledad, seus companheiros, Pauline Reichstul, Eudaldo Gómez da Silva, Jarbas Pereira Márquez, José Manoel da Silva e Evaldo Luiz Ferreira, cabe salientar que o filho que Soledad estava a esperar era de José Anselmo dos Santos ou “Cabo Anselmo” como era conhecido nos meios militares.

O último poema de Soledad Barret Viedma foi composto e endereçado para sua mãe numa forma de despedida:

Mãe, me entristece te ver assim
o olhar quebrado dos teus olhos azul céu
em silêncio implorando que eu não parta.
Mãe, não sofras se não volto
me encontrarás em cada moça do povo
deste povo, daquele, daquele outro
do mais próximo, do mais longínquo
talvez cruze os mares, as montanhas
os cárceres, os céus
mas, Mãe, eu te asseguro,
que, sim, me encontrarás!
no olhar de uma criança feliz
de um jovem que estuda
de um camponês em sua terra
de um operário em sua fábrica
do traidor na forca
do guerrilheiro em seu posto
sempre, sempre me encontrarás!
Mãe, não fiques triste,
tua filha te quer.

(Soledad Barret Viedma)

Antes, de nos posicionar admiráveis e saudosos a elogios a atos de crueldade e tortura, faz-se necessário saber que houve aqui, uma Soledad, e que sua História foi real!

- Que sua memória jamais seja esquecida!

fonte de imagem: Reprodução
texto: Olinda de antigamente

TEMPOS MUDARAM E QUE AINDA MUDARÃO MUITO


Mulheres usam shorts curtos pela primeira vez em Toronto, no Canadá, chamando a atenção masculina e causando até um leve acidente de carro, 1937.
Fonte: Faceboock - Fotos do Século 19 & 20

2018 começou com o machismo "indecoroso" assassinando mulheres

2018 - AS MULHERES CONTINUAM SENDO ASSASSINADAS EM SÉRIE NO BRASIL!
INDIGNAÇÃO POR ESSES ATOS COVARDES E QUE SÃO FRUTOS DE UMA SOCIEDADE MISÓGINA E MACHISTA!!